Por Marcello Sigwalt
Mais uma vez, o 'espectro' sombrio do terror assombra um dos principais bastiões da democracia no país. Após o alerta de ataque terrorista contra a sede da seccional Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) - localizada na Avenida Marechal Câmara, 150, na região central da cidade - a instituição chegou a fechar as portas e cancelar todas as suas atividades, da noite dessa quarta-feira (2) até ao meio-dia dessa quinta-feira (3), quando, então, retomou suas funções, normalmente, segundo informou a presidente da ordem, Ana Tereza Basilio.
"Estamos em contato direto com as autoridades de segurança pública, atentos aos fatos e às apurações, acompanhando tudo com muita cautela. A segurança de advogados, advogadas, funcionários e de todos os que circulam diariamente pela sede da OABRJ é nossa prioridade", afirmou Ana Tereza, ao adiantar que as atualizações sobre sobre o caso serão divulgadas pelos canais oficiais da ordem.
Investigações preliminares apontam que a ameaça estaria relacionada a 'grupos extremistas' - de origem e tendência política ainda desconhecidas - o que demandou a varredura completa do prédio por uma força-tarefa composta por 50 policiais federais, militares e civis, com auxílio de 12 cães.
Enquanto isso, ganha relevo a lembrança da carta-bomba que matou, em 27 de agosto de 1980 - ainda sob o regime militar - a secretária da OAB, Lyda Monteiro, endereçada ao presidente da entidade, Eduardo Seabra Fagundes.
O ataque visava 'silenciar' a instituição que, na época, denunciava desaparecimentos e torturas de perseguidos e presos políticos da ditadura de então.
Em 2015, ou seja, 35 anos depois, a Comissão Estadual da Verdade (CEV) revelou os nomes de três envolvidos no atentado: o sargento Magno Cantarino Motta (codinome Guarany), que teria entregado a bomba; o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que teria confeccionado o artefato e o coronel Freddie Perdigão Pereira, que coordenou a ação.
