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União em Bom Jesus do Itabapoana

União de voluntários mostra o poder da educação | Foto: Ellan Lustosa

Apesar das dores e das tristezas deixadas pelas fortes chuvas que atingiram o Noroeste do estado no último final de semana, a força de vontade e a união de servidores, amigos e vítimas se mostrou ainda mais intensa. Às vésperas da Semana Santa e da Páscoa, histórias como as que seguirão abaixo se tornam ainda mais importantes e necessárias, sendo capazes de superar até mesmo desafios os mais difíceis.

Exemplos como da ex-merendeira do Colégio Estadual Alcinda Lopes Pereira Pinto, no povoado Santa Isabel, em Bom Jesus do Itabapoana, mostraram como o amor aos eternos alunos e seus familiares pode ser maior que as próprias necessidades. A unidade é conhecida na pequena comunidade por ser um ponto de apoio sempre que o rio Itabapoana transborda, tendo suas portas imediatamente abertas para receber a população em busca de socorro. Mas desta vez, a natureza não pouparia nada.

Vizinha da unidade, Silvia Pádua (57 anos) foi procurada na madrugada de sábado (23/3), pela porteira do colégio para que abrisse a escola por ela, uma vez que a própria não tinha como abandonar sua casa, altamente castigada pela inundação que já assolava os moradores. Deixando o esposo, netos e familiares em casa, a cozinheira abraçou sua responsabilidade e foi a primeira a chegar na escola. Tomada pelo carinho que tem pela unidade, ela levantou tudo que pôde para evitar que estragasse, como documentos, objetos, mantimentos e computadores, muitas vezes os únicos da região.

Tamanho esforço, apesar de ágil e reforçado por outros voluntários que chegaram na sequência, não foi tão rápido quanto as águas alaranjadas e suas correntezas desafiadoras, que saíam do imenso rio e invadiam rapidamente a escola, destruindo tudo que estava em seu caminho. Em poucos minutos, diversas famílias que tiveram suas casas tomadas pela cheia do rio chegaram à unidade, permanecendo no local até o amanhecer, quando a água já estava acima da cintura, forçando-os a buscar refúgio em lugares ainda mais altos, como explicou Silvia. Em outro ponto, na localidade de Boa Ventura, uma família de nove pessoas, que também teve sua casa arrasada, e encontrou no Colégio Estadual Sá Tinoco um abrigo na situação de emrgência.

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