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Enel e Light se explicam na Alerj

Por Raphaela Cordeiro

Deputados da Assembleia Legislativa do Rio De Janeiro (Alerj) receberam ontem (28) representantes das concessionárias de energia elétrica Enel e Light, que prestam o serviço no estado. As companhias foram convocadas para uma audiência da CPI da Casa que investiga os serviços prestados e a atuação das agências reguladoras. Além da apresentação de relatórios solicitados pelos deputados, as empresas prestaram informações sobre a falta de energia que atingiu as cidades do estado. Os deputados, vereadores e prefeitos presentes criticaram a pouca assistência oferecida aos clientes e os constantes casos de queda de energia, falta de poda preventiva e imediatos cortes de luz.

Um dos maiores problemas causados pela falta de energia elétrica, entre os citados na audiência, é a falta de água potável. Isto porque muitas localidades dependem de energia elétrica para acionar bombas para o fornecimento de água, o que, em cenários de calor extremo, torna a questão ainda mais preocupante.

Das 92 cidades do estado, a Enel presta serviços em 66 delas. Durante a audiência, mais uma vez, a Enel pediu desculpas à população pelas intercorrências que aconteceram nas últimas semanas, que deixaram famílias sem energia elétrica por mais de 72 horas, a partir do dia 18 de novembro. De acordo com a concessionária, na Região Serrana, 181 mil clientes tiveram a energia interrompida. Em toda a concessão, 46% dos clientes foram afetados, um total de mais de 1,2 milhão de clientes.

De acordo com a própria Enel, este episódio foi quatro vezes pior do que o enfrentado pela Região Serrana em fevereiro deste ano. "Eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para pedir desculpas aos nossos clientes que foram afetas pela falta de energia há cerca de 10 dias. As nossas equipes estão se esforçando para evitar ocasiões como esta", disse a presidente da Enel Rio, Anna Paula Pacheco.

Durante a audiência, o Superintendente de Relações Institucionais da Light, Daniel Mendonça, pediu ajuda da Casa Legislativa para instituir políticas públicas para endereçar os problemas relacionados à energia elétrica no estado. Segundo Mendonça, ao trocar a concessionária, daqui a uns anos o novo operador terá os mesmos problemas, como falhas na poda preventiva e furtos de energia nas localidades. "A gente precisa do apoio das Casas Legislativas para a criação de políticas pública que enderecem os problemas que estão sendo enfrentados", disse.

A agência responsável pela regulação das concessionárias é a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Os deputados apontaram falhas na fiscalização dos serviços. De acordo com o Secretário Estadual de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, também presente na audiência, a maior crítica seria o desnível entre a prestação de serviço e a regulação, já que a prestação é feita pelos estados e municípios, enquanto a regulação é federal. Segundo o secretário, não há escritórios da Aneel próximo destes municípios, apenas em Brasília. "Esse descasamento depois de 30 anos é um absurdo. Aonde a gente reclama? Existe algum escritório da Aneel aqui no Estado do Rio de Janeiro? Quem sofre com esse descasamento entre concessão e regulação somos nós, estados e municípios", disse.

Concessionárias devem se reunir, mais uma vez, com a CPI, em um prazo de 10 dias para trazerem mais informações, como o plano para o verão.

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