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Projeto de hidrogênio limpo é lançado

Seminário discute a produção de hidrogênio sustentável | Foto: Divulgação/CFQ

A Eletronuclear apresentou, nesta quarta-feira (22), um projeto com capacidade de produzir 100 toneladas de hidrogênio (H2) limpo por ano a partir da operação das usinas nucleares de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A iniciativa, que não causa impactos ao meio ambiente, foi divulgada na Câmara dos Deputados, em Brasília, como uma solução energética que poderá contribuir significativamente para a descarbonização do planeta. Com a finalização das obras de Angra 3, a capacidade de geração do material será de 167 toneladas anualmente.

O seminário A produção de hidrogênio sustentável no Brasil, promovido por meio da parceria do Conselho Federal de Química (CFQ), do Instituto Nacional do Desenvolvimento da Química (IdQ) e da Frente Parlamentar da Química (FPQ), reuniu diversos profissionais no tema, além de deputados federais e outras autoridades.

Entre os palestrantes convidados estava o engenheiro químico da Eletronuclear, Nelri Ferreira Leite, que é o coordenador técnico do projeto de hidrogênio em desenvolvimento pela empresa na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) há 26 anos.

"Angra 1 e 2 utilizam água do mar no circuito terciário para resfriar o vapor do circuito secundário, após a passagem pelas turbinas que geram a energia elétrica. Para prevenir a proliferação de organismos marinhos nas tubulações e equipamentos, adiciona-se o biocida hipoclorito de sódio ao fluido refrigerante do circuito terciário. Como resultado do processo de produção do biocida através da eletrólise direta da água do mar, o hidrogênio é gerado, ou seja, sem nenhum contato com material radioativo que se encontra no circuito primário das usinas. Dessa forma, a ideia é aproveitar o hidrogênio já produzido como subproduto pela empresa e que nunca causou impactos ao meio ambiente marinho em todos esses anos", explica o engenheiro.

Em 2021, a Eletronuclear estabeleceu um Memorando de Entendimento com Furnas visando estudar a viabilidade da utilização do hidrogênio gerado pelo processo de eletrólise da água do mar. Para isso, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), que opera uma planta experimental de hidrogênio há 10 anos, foi contratado.

A análise propôs a implementação de um sistema para a captura e beneficiamento do hidrogênio gerado na CNAAA de forma segura e com o mínimo de intervenção na planta, aspectos de segurança, bem como os benefícios ambientais, econômicos e estratégicos. O projeto poderá ser implementado em cerca de dois anos, gerando economia para a empresa e evitando emissões de gases de efeito estufa.

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