"Guerra dos Drones" na Europa

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A guerra dos drones no Leste Europeu ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (15), quando o governo polonês disse ter "neutralizado" um aparelho que voava de forma suspeita sobre regiões estratégicas de Varsóvia. Dois cidadãos da rival Belarus foram detidos.

O caso foi divulgado com poucos detalhes pelo premiê Donald Tusk no X. Segundo ele, o Serviço de Proteção Estatal do país localizou o drone em regiões com prédios governamentais sensíveis, como a rua Parkowa e o Palácio Belweder.

Ele não especificou se o a aparelho foi derrubado e capturado com canhões eletromagnéticos ou simplesmente abatido. O relato sugere que tratava de um modelo pequeno, talvez equipado com câmeras, com intuito de espionagem, mas não se sabe nada ainda.

O incidente ocorre poucos dias depois de uma incursão de drones russos, que Moscou disse que se perderam durante um ataque ao oeste da Ucrânia, colocou a Polônia e o resto da aliança militar Otan em alerta.

A aliança lançou a Operação Sentinela Oriental na sexta (15), deslocando recursos para os países do flanco leste do grupo se protegerem contra drones e outras ameaças.

É mais simbólico: os três caças franceses Rafale que já voam nos céus poloneses e os Eurofighter Typhoon que o Reino Unido vai enviar não são as melhores armas contra drones, por serem caros de operar e ineficazes contra enxames.

Mas a mobilização, que ainda terá sistemas antiaéreos e outras medidas, serviu para dar uma resposta pública a Vladimir Putin. A Polônia e outros países não acreditaram na versão do Kremlin, e veem na incursão de 21 aparelhos, alguns deles derrubados, um teste de suas defesas.

A posição que mais importa, a americana, é dúbia. Donald Trump começou a crise sugerindo crer na história russa, depois mudou de assunto e voltou a dizer que está pronto para pressionar o Kremlin com novas sanções.

Por Igor Gielow (Folhapress)