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Zelenski pede forças e armas

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou na quarta (24), em discurso na Assembleia-Geral da ONU, que a garantia de segurança de seu país passa por "força e armas". "Só direito internacional não basta", disse o líder, em referência à guerra.

A fala ocorre um dia após uma nova reviravolta na retórica do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o conflito. Na terça (23), após discursar na cúpula, o republicano disse acreditar que a Ucrânia pode recuperar, com o apoio da Otan e da Europa, o território tomado pela Rússia. Trump mudou de tom sobre a guerra por meio de um post na rede social Truth Social após se encontrar com Zelenski, nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU. Em seu discurso, ele admitiu ter acreditado que acabar com o conflito seria fácil em razão de sua relação com Vladimir Putin.

"Depois de conhecer e entender completamente a situação militar e econômica da Ucrânia e da Rússia e, após ver os problemas econômicos que isso está causando à Rússia, acredito que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia, esteja em posição de lutar e vencer, recuperando toda a Ucrânia em sua forma original", escreveu Trump, chamando o histórico adversário dos EUA de "tigre de papel".

Na reunião com Trump, Zelenski pediu mais pressão sobre a Rússia, e disse que suas Forças Armadas estão em condição de conter o avanço de Moscou no leste do país - hoje, Moscou controla cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a península da Crimeia, e vem avançando lentamente nos últimos meses sobre posições de Kiev.

O Kremlin, por sua vez, reagiu à fala de Trump, afirmando ser um grande erro acreditar que a Ucrânia poderia recuperar o território perdido. Em uma entrevista à rádio russa RBC, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que seu país "não é um tigre, está mais associado a um urso". "Ursos de papel não existem", continuou.