Uma década da reinvenção de Mick

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Em poucos segundos, Mick Fanning deixou de ser "apenas" um tricampeão mundial para virar uma figura conhecida fora do surfe. Foi em 2015, na final da etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, que começa mais uma vez nesta sexta-feira. Um tubarão-branco se aproximou, puxou a cordinha da prancha, e Fanning reagiu com um soco. A cena foi transmitida ao vivo e rodou o mundo.

Dez anos depois, a imagem ainda impressiona - e marcou um ponto de virada na vida do australiano. Fanning continuou competindo por mais três temporadas, mas já sabia que não estava mais no mesmo lugar. O encontro com o tubarão foi o gatilho para um novo começo, longe do circuito e cada vez mais presente no mundo dos negócios.

"Isso me ajudou a pensar na minha 'vida após o surfe', quando eu não estivesse mais competindo. Não foi fácil, porque o surfe era tudo para mim, e o oceano sempre foi meu lugar de cura", disse Fanning em entrevista à CEO Magazine. "Mas me afastar por alguns meses me permitiu refletir sobre o fato de que eu estava envelhecendo, e perceber que eu não perderia toda a minha identidade ao deixar o circuito."

"Tornou mais fácil finalmente me aposentar, porque percebi que ainda havia coisas divertidas para fazer no mundo dos negócios - e muito para eu aprender", disse Mick Fanning.

Foi nesse período que Fanning decidiu mergulhar no mundo dos negócios. Fundou a marca de cerveja artesanal Balter. Sucesso instantâneo na Austrália, a empresa foi vendida por mais de US$ 100 milhões em apenas três anos, rendendo a ele uma verba milionária.

Por Guilherme Dorini (Folhapress)