Jogador que reagiu a ataque racista com soco pega pena maior que adversário

Vítima de racismo pegou 10 jogos de suspensão. Autor da injúria pegou apenas 7.

Por Redação

Diego foi demitido do clube, após ato de injúria racial

O zagueiro Paulo Vitor, do Nacional-PR, chamado de "macaco" por Diego, do Batel, em partida pela Taça FPF no começo de outubro, pegou uma pena maior que o adversário por revidar à agressão com um soco. A decisão do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná foi transmitida via YouTube.

Diego foi condenado a 7 jogos de suspensão e multa de R$ 2 mil por ato de injúria racial. Já PV, vítima do ato racista, foi suspenso por 10 jogos por conta de revidar com o soco e por ter cuspido no adversário.
O processo disciplinar do TJD-PR (nº 1260/2025), da 2ª comissão, informa que foi necessário o uso de imagens de TV para condenar Diego.

"O ato racista não foi presenciado pela equipe de arbitragem. Contudo, a conduta do Sr. Diego ficou constatada em transmissão a pronúncia da palavra 'MACACO', dirigida ao Sr. Paulo", diz o documento da entidade.

Em sua defesa, Diego afirmou que falou "malaco", mas a tese não foi aceita pelo tribunal.

No dia do jogo, PV reagiu dando um soco em Diego, que caiu no gramado e foi retirado de ambulância. O tribunal reconheceu que PV agiu motivado pelas palavras de Diego, mas não o isentou de culpa.

"O atleta denunciado [PV], movido pela agressão verbal sofrida, pelo ato de racismo, desferiu um soco no atleta adversário, qual configura agressão física, infração prevista no artigo 254-A do CBJD6", diz a ata.
Autor da injúria racial, Diego foi demitido pelo Batel no dia seguinte à agressão. O clube confirmou sua demissão em post no Instagram na ocasião.

A Federação Paranaense de Futebol também se pronunciou em nota oficial naquela data, condenando a atitude racista do jogador do Batel. A Federação também reiterou seu posicionamento criticando a reação de PV, alegando que é "contra a violência no futebol, dentro e fora dos gramados".