Barbárie na Sul-Americana

Independiente vai à Conmebol e deseja punição a LaU por violência

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Nestor Grindetti, presidente do Independiente, viajou ao Paraguai para conversar com a Conmebol a respeito da violência acontecida durante o jogo de quarta (21), contra a Universidad de Chile, a LaU, pela volta das oitavas de final da Sul-Americana.

Grindetti chegou ao Paraguai, onde fica a sede da Conmebol, hoje. Ele afirmou à emissora TyC Sports que não tem nenhum encontro marcado com Alejandro Domínguez, presidente da entidade, mas que falará com funcionários.

O mandatário quer que a vitória da partida seja dada ao Independiente. Grindetti ainda cobrará que as punições sejam aplicadas ao clube chileno, uma vez que, segundo ele, os torcedores da Universidad de Chile causaram o tumulto no estádio Libertadores de América, em Avellaneda.

A Conmebol ainda não definiu qual será o resultado da partida. O jogo estava empatado por 1 a 1 quando a confusão entre torcedores paralisou o confronto. Com o resultado, a Universidad de Chile estava se classificando por ter vencido o duelo de ida, em casa, por 1 a 0. A entidade prometeu "máxima firmeza" a respeito do assunto.

A confusão começou no final do primeiro tempo. Imagens mostraram torcedores dos dois times atirando pedras e outros objetos em direção aos rivais. Chilenos chegaram a colocar fogo nas arquibancadas do estádio Libertadores de América e uma bomba foi lançada na direção dos argentinos.

O sistema de som do estádio pediu a saída dos chilenos das arquibancadas para que o jogo recomeçasse - eles não obedeceram. Os times voltaram a campo e o jogo foi reiniciado mesmo assim, mas acabou paralisado dois minutos depois.

Torcedores da Universidad de Chile foram retirados das arquibancadas por uma equipe de seguranças. Alguns, no entanto, se recusaram e ficaram no local. Segundo o canal TyC Sports, a Conmebol proibiu a presença de policiais no setor destinado aos chilenos, deixando apenas uma equipe de segurança particular.

Argentinos invadiram o setor e atacaram os chilenos. As imagens divulgadas pelos veículos Olé e TyC Sports, da Argentina, mostram ataques com pedaços de madeira. Em um vídeo, um torcedor aparece pendurado na grade da arquibancada e, depois, caindo.

A TyC Sports informou que alguns chilenos foram esfaqueados e levados a hospitais próximos. Eles ficaram gravemente feridos, segundo o jornal.

Imagens de fora do estádio mostram alguns torcedores saindo ensanguentados. Dentro dele, outros ficaram apenas de cueca após terem as roupas tiradas pela torcida rival e alguns aparecem completamente nus.

A Conmebol seguirá o protocolo para casos como esse e abrirá um procedimento disciplinar. O mesmo aconteceu quando torcedores do Colo-Colo entraram em conflito e o jogo contra o Fortaleza, em Santiago, pela Libertadores deste ano, foi interrompido.

Cerca de 90 torcedores da equipe chilena foram detidos pelas autoridades, e dez estão feridos - dois deles, gravemente.

SANÇÕES

A segurança dentro do estádio é responsabilidade exclusiva do time da casa, de acordo com o regulamento da Conmebol. "Todas as questões vinculadas à segurança da partida serão de responsabilidade exclusiva do clube que atue como local", determina o documento, considerando os mandantes como organizadores do evento.

No caso de ontem, o Independiente é quem pode arcar com as principais consequências. De acordo com o Código Disciplinar, cabe aos mandantes: cumprir e aplicar as normas de segurança existentes; tomar todas as medidas exigidas pelas circunstâncias do estádio e seu entorno antes, durante e após a partida; e garantir a ordem nos estádios e seus arredores, bem como a correta organização das partidas.

Ambos os clubes, no entanto, podem ser penalizados por mau comportamento de seus torcedores pela briga. Nesse caso, os times podem responder por "agressão coletiva, desavenças ou tumulto" ou mais infrações cometidas por seus uniformizados.

As sanções vão de multas e fechamento do estádio a exclusão e mais medidas severas. Cabem aos órgãos judiciais da Conmebol avaliar o caso e impor ou não as punições, que podem ser cumulativas para uma mesma infração.