Carlo Ancelotti condenado
Defesa de Ancelotti recebe com alívio condenação por fraude fiscal
Por Josué Seixas (Folhapress)
Apesar da condenação, o entorno do técnico Carlo Ancelotti recebeu com alívio a sentença proferida na quarta (9) pela Audiência Provincial de Madri. O treinador da seleção brasileira foi condenado a um ano de prisão e a uma multa de cerca de R$ 2,5 milhões por não ter pagado impostos sobre receitas de direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo comando do Real Madrid. Segundo o comunicado, a decisão se refere a 2014.
Por ser inferior a dois anos e relacionada a um crime não violento, a sentença não deverá obrigar Ancelotti a cumprir a pena dentro da prisão.
Segundo pessoas próximas, o resultado foi considerado um sucesso pela defesa do técnico, uma vez que a pena está aquém do período solicitado pela Promotoria espanhola, tendo confirmado somente um delito que o técnico já havia reconhecido, alegando um erro em sua declaração de imposto de renda.
O italiano ainda foi absolvido de uma acusação semelhante relativa a 2015, já que o tribunal não conseguiu provar que ele havia permanecido tempo suficiente na Espanha para incorrer em obrigações fiscais, de acordo com a seção.
Ele se mudou para Londres depois que o Real Madrid o demitiu em maio de 2015 e conseguiu comprovar que não permaneceu na Espanha por 183 dias, o que o tornaria residente fiscal.
Por ter sido absolvido, o técnico, que fez a declaração em 2015 como residente (com tributo de 48%), deve ser ressarcido em parte pelo pagamento de imposto feito à época, já que, por não ser residente, deveria ter pagado apenas uma taxa de 20%.
Em relação a 2014, o técnico havia depositado EUR 1,2 milhão (R$ 7,7 milhões na cotação atual, referentes aos rendimentos de direitos de imagem faturados naquele ano) enquanto aguardava a sentença definitiva. Já que foi condenado a pagar EUR 386 mil (R$ 2,5 milhões), ele também será ressarcido pela diferença de quase EUR 800 mil (R$ 5,1 milhões).
No momento, o técnico italiano está de férias.
No processo, o Ministério Público da Espanha pedia quatro anos e nove meses de prisão e uma multa de EUR 3,2 milhões (R$ 20,5 milhões) sob a acusação de que o treinador teria fraudado mais de EUR 1 milhão (R$ 6,4 milhões) em direitos de imagem em 2014 e 2015, durante sua primeira passagem pelo clube espanhol.
Segundo a administração fiscal espanhola, Ancelotti declarou suas receitas como técnico do Real Madrid nos dois anos, mas não as procedentes de direitos de imagem e outras fontes, como algumas propriedades imobiliárias.
Em audiência realizada em abril, o italiano se defendeu sob o argumento de que não tinha conhecimento de estar fazendo algo errado nem de que a empresa criada para tributar os direitos de imagem lhe permitia pagar menos impostos.