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Jogada de mestre vascaína pela gestão do Maracanã

O Vasco foi representado pelo CEO Lúcio Barbosa, que se disse confiante na proposta | Foto: Matheus Lima/Vasco.

Por Pedro Sobreiro

No Rio de Janeiro, a disputa pela gestão do Maracanã está mais disputada que qualquer edição do Campeonato Carioca dos últimos 20 anos.

Após o edital ser lançado com fatores que priorizam o número de partidas em vez do retorno financeiro que o estádio pode gerar para o Estado do Rio de Janeiro, houve diversas alegações por parte dos representantes do Vasco de que ele favoreceria a renovação da gestão atual, de Flamengo e Fluminense, que vem sendo criticada há anos pela incapacidade de manter um gramado minimamente decente e de cuidar da manutenção em geral, com diversas cadeiras quebradas e instalações sujas.

Na terça-feira (5), após a abertura das propostas técnicas dos clubes pela licitação, o Vasco mostrou que não vai abrir mão de gerir o 'Maior do Mundo'. Claramente em desvantagem pelos critérios de pontuação estranhos adotados pela proposta de licitação, o Cruzmaltino costurou parcerias com o Santos e o Brusque para mandar seus jogos no Maracanã. Com isso, o Vasco já garante os mais de 70 jogos no ano, como solicita o documento.

A jogada foi genial, porque o regulamento prevê a obrigação de ao menos 25 jogos em datas oficiais, mas dá ao interessado pontuação máxima, um tipo de prioridade, para quem apresentar ao menos 70 datas oficiais de jogos, dando mais força na hora da avaliação.

A ação vascaína é brilhante, porque o clube já garantiria ao menos 25 datas mínimas. Mas volta à disputa pela gestão com esse impulsionamento dentro das regras contratuais, em vez de ter desvantagem ante a dupla Fla-Flu.

Vale lembrar que o Vasco integra o consórcio Maracanã Para Todos, que é formado pelo Vasco da Gama, pela WTorre e pela Legends, a empresa responsável pela gestão dos maiores estádios do mundo, como o Santiago Bernabéu, do Real Madrid.

O acordo com Santos é excelente, porque o Alvinegro Praiano fechou uma parceria com a WTorre pela reforma da Vila Belmiro nos próximos anos, então precisará de um estádio para jogar. Mais do que isso, Santos e Maracanã têm uma história fantástica, com direito a conquistas de campeonatos brasileiros, Rio-São Paulo e o Mundial de Clubes. Além disso, foi no Maraca que Pelé marcou o milésimo gol.

Já o Brusque, que conseguiu o acesso para a Série B 2024, está com o estádio Augusto Bauer, em Santa Catarina, passando por severas reformas que podem se estender até o próximo ano. Ou seja, também precisa de um lugar para jogar.

Da mesma forma, o Vasco está aguardando a votação da venda do Potencial Construtivo para reformar seu quase centenário estádio, a Colina Histórica de São Januário.

Além do mais, a proposta de trazer jogos de outros estados é fantástica para explorar o potencial turístico do Rio de Janeiro.

Fato é que o acordo vascaíno deu novas esperanças para que o consórcio Maracanã Para Todos tenha sua proposta analisada em pé de igualdade com os demais concorrentes.

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