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Da exclusão às Olimpíadas

Farol Santander traz mostra inédita para São Paulo | Foto: Divulgação/ Santander

Por Lucas Brêda (Folhapress)

Nos anos 1960, o skate surgiu nos EUA, quase como um surfe terrestre. Nas décadas seguintes, ele foi se modificando e, no Brasil, encontrou um terreno fértil e uma identidade própria para se proliferar. Essa é a história contada na exposição Anatomia Skate, que ocupa um andar do Farol Santander, no centro de São Paulo. O espaço traz skates originais de diferentes épocas, acompanhados por fotos, vídeos, revistas, maquetes e cenários que remetem ao lifestyle do esporte.

"O desafio maior foi colocar em 227 m² tanto conteúdo. A gente tinha muito medo de não representar todas as vertentes do skate", diz Cesar Gyrão, curador da exposição. "A gente saiu de uma prática incompreendida para o universo olímpico, é uma trajetória muito grande."

Gyrão conta que teve o trabalho facilitado pelo arquivo da revista Tribo Skate, referência no assunto, que ele fundou em 1991. Os diferentes modelos de skate, provavelmente o principal atrativo da exposição, foram obtidos através de colecionadores.

A linha do tempo, que mostra a evolução do esporte, é ilustrada por imagens de fotógrafos como Klaus Mitteldorf, Roberto Price, Fernando Moraes e Júlio Detefon. É ali que fica mais evidente a trajetória do skate no Brasil, cortada por condições sociais e econômicas, envolta em preconceito e luta por validação.

Mais recentemente, virou esporte olímpico, com o Brasil sendo referência e emplacando dois medalhistas, Rayssa Leal e Kelvin Hoefler, no primeiro ano de skate na competição.

Se a transformação por um lado marca a consolidação do esporte após anos de luta e resistência, ela também gera um medo nos skatistas de uma perda da essência da prática.

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