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Uma noite de opostos no Maracanã

Por Pedro Sobreiro

Quem foi ao Maracanã na última terça (21) para ver o Superclássico das Américas vivenciou uma noite de opostos no estádio. Diante de toda a desorganização da partida, que permitiu que torcedores organizados da Argentina se alocassem em setor nobre no meio das organizadas brasileiras, um absurdo sem tamanhos para qualquer um que conheça minimamente de futebol, o descaso com o público foi gritante. Ainda mais depois das cenas de barbárie entre torcedores do Fluminense e do Boca Juniors, em Copacabana, no início do mês. Todos sabiam que havia chances altas de violência.

A ação policial contra os argentinos gerou um momento inusitado. Lionel Messi e seus companheiros de seleção foram até as arquibancadas intervir por seus torcedores, enquanto a Seleção Brasileira ficou parada no meio do campo fazendo uma roda de "bobinho". Será que em situação oposta, os jogadores do Brasil teriam a mesma atitude para tentar proteger seus conterrâneos? Difícil.

Essa sinergia entre torcida e seleção é um reflexo dessa identificação nacional do povo argentino com seu selecionado, e isso fica ainda nítido diante do verdadeiro baile dado nas arquibancadas.

Durante toda a noite, os torcedores argentinos cantaram diversas músicas e gritos de apoio, enquanto os torcedores brasileiros, que pareciam visitantes, só conseguiram se fazer ouvidos quando puxaram músicas de torcida do Vasco da Gama e do Flamengo.

No fim, mesmo com os incidentes, as 'Barras' argentinas fizeram uma festa linda, enquanto o Brasil deu mais um vexame dentro e fora de campo.

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