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Vascaínos lutam por casa

Vascaínos torcem fora de São Januário pelo país | Foto: Leandro Amorim/Vasco

O entorno do estádio de São Januário ficou lotado de torcedores do Vasco no domingo. Mas o estádio estava fechado. O time jogava em Salvador, contra o Bahia.

Torcedores se reuniram na Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio, e assistiram ao empate por 1 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, em um evento que teve caráter de manifestação. O clube tenta reverter uma decisão da Justiça do Rio de Janeiro, após ação civil da Promotoria do estado, que impede a presença de torcida nos jogos em São Januário.

Procurados pela reportagem, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e a Promotoria não responderam.

A ideia do evento era mostrar que os torcedores podem frequentar a região em segurança. A movimentação foi arquitetada por torcidas organizadas em parceria com comerciantes da região. O clube estima que mais de 10 mil pessoas tenham comparecido.

"Foi uma festa linda, todos reunidos para mostrar a grande injustiça que está sendo feita com São Januário", afirmou a analista de comunicação Renata Vieira, torcedora do Vasco que esteve no evento.

A interdição de São Januário ocorreu no dia 22 de junho, após derrota por 1 a 0 do Vasco para o Goiás. Brigas dentro do estádio e confrontos de torcedores com a Polícia Militar fizeram com que a Promotoria do Rio de Janeiro entrasse como uma ação civil pública pedindo que o local não recebe mais público. Em paralelo, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) puniu o Vasco com quatro jogos sem torcida, além de multa.

A punição do SJTD já foi cumprida, mas a Justiça do RJ deferiu liminar em primeira instância interditando o estádio. O Vasco chegou a recorrer e conseguiu que São Januário fosse liberado para jogos, mas ainda sem público.

A desembargadora Renata Machado Cotta, da 2ª Câmara de Direito Privado, manteve a interdição em decisão na última semana, "enquanto não restar provado" que o clube "implementou medidas de segurança eficazes para prevenção e contenção de tumultos e badernas", escreveu a desembargadora, em trecho do documento. Por; Yuri Eiras/ Folhapress