A jogadora de vôlei Tandara Caixeta, 33, foi condenada a quatro anos de suspensão por doping pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem, em julgamento de oito horas nesta segunda-feira (23).
A pena máxima foi decidida pela acusação de uso de Ostarina, substância que foi encontrada no exame antidoping da atleta e a tirou das partidas finais do vôlei feminino nos Jogos de Tóquio.
Além de ser proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Ostarina é vetada em competições e pertence à classe S1 da lista de substâncias não autorizadas pela Wada, a agência mundial antidoping, por ser considerada um anabolizante.
A Ostarina é um SARM (modulador seletivo do receptor de androgênio) criado na década passada para o tratamento de doenças como osteoporose. No corpo, causa aumento de massa muscular, oferecendo os mesmos benefícios dos anabolizantes, mas com menos efeitos colaterais.
Proporciona também redução do peso com a eliminação de gordura, aumento da espessura óssea e melhora da saúde de tendões e ligamentos.
Tandara tem o direito de recorrer à Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, e afirmou que tentará reverter a decisão.
Em manifestação no Twitter após a condenação, ela disse que está determinada a provar a inocência e por isso até o momento não havia feito nenhum pronunciamento sobre o caso de doping.
A jogadora vai recorrer contra a decisão, que diz respeitar, mas não concordar. Para ela, o entendimento da Primeira Câmara do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem é incompatível com "a melhor jurisprudência internacional".
A atleta afirma que foi contaminada e tem provas disso e define a condenação como injusta e desproporcional. Também questiona o vazamento do processo que, segundo ela, deveria ser sigiloso.
"Eu sempre fui movida a desafios e enfrentei muitas situações adversas durante a minha vida", disse. "Essa condenação é particularmente difícil para mim porque estou sendo condenada por algo que não fiz e Deus sabe".
A atleta afirmou ter orgulho dos seus mais de 18 anos de carreira. "Minha vida é o vôlei e quem me conhece sabe que não faria nada que pudesse destruir tudo isso que construímos em todo esse tempo".
Segundo Tandara, o sentimento de injustiça é angustiante. "Mas com a ajuda de todos vocês eu vou superar esse momento e transformar essa situação em combustível para vencer mais essa batalha", concluiu.