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Equipotel projeta R$ 200 milhões em negócios

A Equipotel 2025, realizada na última semana em São Paulo, terminou com a expectativa de movimentar R$ 200 milhões em contratos e parcerias nos próximos meses, um crescimento de 12% sobre os R$ 180 milhões registrados em 2024. Considerada uma das principais feiras de hospitalidade da América Latina, o evento reuniu mais de 22 mil profissionais e executivos em quatro dias de programação, consolidando-se como vitrine estratégica para a alta temporada que começa em outubro.

Com 450 marcas presentes — um aumento de 20% em relação à edição anterior — e cerca de 15 mil produtos exibidos, o evento bateu seus próprios recordes. Mais de 70% dos visitantes tinham poder de decisão, um fator decisivo para a concretização de negócios.

A edição deste ano também mostrou a abrangência da feira: 60% do público veio do Sudeste, 30% de outras regiões do Brasil e 10% do exterior, incluindo países como Argentina, Colômbia, Chile, México, Canadá, França, Itália e China.

Na avaliação de Daniel Pereira, diretor da Equipotel, os números confirmam a consolidação internacional. "Vivemos mais um marco na história do evento de negócios mais antigo do Brasil. Estamos entre as maiores do setor no mundo, acompanhando a Equipotel Paris", garante.

O índice de satisfação reforça esse balanço: o Net Promote Score alcançou 72 pontos, cinco acima do registrado em 2024, e mais de 80% dos expositores declararam estar satisfeitos com os resultados. Em quatro dias, foram gerados 75 mil leads, crescimento de 27% em relação ao ano anterior.

FRNH Digital

A abertura foi palco de um anúncio do Ministério do Turismo: a regulamentação da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes Digital (FNRH). A portaria, assinada pelo ministro Celso Sabino, cria uma plataforma que substitui o modelo em papel, simplificando processos de check-in e check-out nos meios de hospedagem. A medida faz parte da modernização da Lei Geral do Turismo e promete trazer mais agilidade, segurança e integração de dados para o setor.

A nova ficha digital permitirá pré-check-in por QR Code ou link, autenticação via gov.br e integração com sistemas de gestão hoteleira (PMS). Para os hóspedes, o ganho é a praticidade de evitar filas nas recepções. Para o setor, a economia vai da redução de custos com papel à geração de estatísticas qualificadas em tempo real, úteis para embasar políticas públicas.

O governo, por sua vez, passa a contar com dados padronizados e mais confiáveis sobre o fluxo turístico.

"O turismo brasileiro vive um momento de transformação e a FNRH Digital é um marco desse processo. Estamos eliminando burocracias, ampliando a segurança de dados e modernizando a experiência de quem viaja pelo nosso país", declarou Celso Sabino.

O projeto foi desenvolvido em parceria com o Serpro e também está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A novidade pode encontrar resistência dos consumidores como adiantou, na última semana, a Coluna Magnavita do Correio da Manhã. Os dados da FNRH Digital ficarão acumulados neste grande banco de dados do Estado. A sua utilização dará acesso ao Governo Federal sobre detalhes da vida e hábitos do cidadão, inclusive com esses dados sendo cruzados com a Receita Federal.

Nesta edição, a feira reforçou sua vocação de espaço de inovação ao apresentar 15 experiências. Entre elas, o "Quarto do Futuro", equipado com check-in digital, automação de persianas e controle de iluminação por voz, e o "BCB Hospitality", dedicado ao universo dos drinks. A programação de conteúdo somou mais de 200 horas de palestras e debates com nomes de destaque como Amyr Klink, William Waack, Márcio Atalla e Daiane dos Santos.

Os depoimentos de expositores confirmam o bom desempenho da feira. "Recebemos clientes do México pela primeira vez e de outros países como EUA e Chile", disse Luiz Roberto Magrin, diretor-geral da Harus. Para Adriano Campos, da Profiline, "a Equipotel é uma feira de negócios, e já ultrapassamos nossas metas em relação à edição anterior".

Já Flavio Mello, da Alliance, ressaltou a importância da feira como espaço de networking: "É uma oportunidade única de estar perto de clientes e conhecer outras soluções que o mercado valoriza".

O otimismo no evento reflete um momento positivo para a hospitalidade e para o turismo no Brasil. O segmento de eventos corporativos (MICE) deve movimentar US$ 945 bilhões até o fim de 2025 e crescer a uma média anual de 9,1% até 2030. Dados do Caged também apontam a criação de mais de 76 mil vagas ligadas à hospitalidade nos últimos meses, reforçando a relevância econômica do setor.