Por: Redação

‘Transtornos mentais são problemas de saúde como isquemias ou câncer’

Amatucci ressaltou a importância de estar atento ao próximo | Foto: Freepik

Setembro é o mês do ano em que as pessoas, entidades, meios de comunicação e a sociedade de uma forma geral mais fala sobre saúde mental e os transtornos muitas vezes invisíveis que afetam tantas pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas morrem anualmente em decorrência do suicídio, indivíduos entre 15 e 29 anos são os mais afetados. No Brasil, aproximadamente 24 mil suicídios ocorrem por ano, uma média de 38 casos por dia.

Para o doutor em filosofia e professor acadêmico Marcos Amatucci, é preciso um melhor entendimento geral sobre os que são as doenças de ordem psicológica: “Transtornos mentais são problemas de saúde como isquemias ou câncer. Enquanto a maior parte das pessoas se solidarizam com um ataque cardíaco ou um episódio de epilepsia, as mesmas pessoas carregam preconceitos em relação aos problemas mentais”, explica.

“O sociólogo francês Émile Durkheim diria que problemas mentais são normais na sociedade, pois todas elas os têm. O preconceito é interiorizado pelo próprio paciente, que tem vergonha de procurar ajuda. Problemas mentais podem evoluir para óbito tal qual problemas cardíacos, se não tratados”, completou o professor.

É por isso que nesta semana, no último dia 10 deste mês, foi marcado pelo Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, promovida pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data visa conscientizar a sociedade e estimular o diálogo responsável sobre o assunto, que acaba se estendendo por todo o mês no Setembro Amarelo.

“Nossa época em particular provoca ansiedade e depressão. Fazemos ginástica, procuramos alimentação saudável e tomamos quilos de suplementos para viver mais - mas viver muito e viver mal equivale à condenação de uma pena cruel”, alertou o professor, que ressaltou a importância também de estar atento ao próximo, reforçando o valor do apoio a quem passar por alguma dificuldade.

“Espero contribuir para a conscientização de que devemos dar atenção ao próximo, e procurar ajuda quando necessário. Ninguém tem que sofrer sozinho”.