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Conheça o criador do DJs Meeting

Marcelo Cupim, tem 35 anos de carreira como DJ. | Foto: Divulgação/Márcio Rosa

Por: Guilherme Cosenza
& Lucas Costa

Reter conhecimento para si mesmo está longe de ser uma verdade para Marcelo Cupim, um nome conhecido nas pistas de dança e responsável por unir talentos no evento DJs Meeting. Com 35 anos de experiência na profissão, ele compartilha sua paixão pela música e pela arte de discotecar em um encontro que já se tornou tradicional entre os DJs da cidade.

O DJs Meeting chega à sua 6ª edição, marcada para o dia 31 de março, às 14h, no Lajedo, em Vargem Grande. O evento visa reunir diversos DJs para um verdadeiro workshop, onde o conhecimento é compartilhado e as experiências são trocadas.

Em uma entrevista exclusiva, Marcelo Cupim compartilha sua trajetória desde os primeiros passos como DJ até a criação do DJs Meeting e suas perspectivas para o futuro da profissão.

Entrevista com Marcelo Cupim: uma jornada de paixão pela música e eventos

Há quanto tempo você é DJ e como tudo começou?

Marcelo Cupim: Primeiramente, obrigado por me permitir compartilhar um pouco da minha paixão pela profissão de DJ com seus leitores. Sempre fui louco por música, e meu pai também gostava muito. Para todos os momentos em nossa família, havia uma trilha sonora. eu frequentava festas e observava atentamente os DJs. Aos 17 anos, ganhei meu primeiro dinheiro ao sonorizar uma festa no prédio onde morava, e assim começou minha carreira, há 35 anos.

Você tem outra atividade ou formação em outra área?

Marcelo Cupim: Sempre soube que seria um profissional liberal, com espírito empreendedor. Nunca me vi trabalhando em um escritório das 8h às 17h; a música e os eventos sempre estiveram em primeiro lugar. Após concluir o ensino médio, pensei em cursar direito, mas mesmo formado, nunca exerci a advocacia. Sempre vivi da música e dos eventos.

Como foi sua transição das baladas para as festas sociais?

Marcelo Cupim: No início, como todos, comecei fazendo pequenas festas, aniversários em prédios ou salões. Mas surgiu uma oportunidade através de um grande amigo, Marquinhos Lyra, que já tocava em um baile no Rocha. Fiz uma audição com vários DJs para uma nova domingueira que começaria em poucos dias, e fui o escolhido. Assim, comecei nas baladas, indo de baile em baile, para boates e danceterias. Em 1993, comecei a trabalhar em uma loja de discos e acessórios para DJs no Méier, chamada Mr. Mix. Foi um divisor de águas na minha vida profissional, pois conheci muitos DJs e contratantes da cidade. Depois, dediquei alguns anos aos eventos corporativos, trabalhando com produtoras em todo o Brasil. Em 2000, montei meu próprio evento no litoral do Rio de Janeiro, em Maricá, onde realizamos eventos em Itaipuaçu por quase oito anos. Em 2009, percebi que os DJs de eventos sociais têm uma vida mais longa no mercado, então decidi focar nesse nicho.

Como surgiu a ideia de criar o djs meeting?

Marcelo Cupim: Sempre gostei de reunir amigos e compartilhar o que aprendi. Frequentando eventos como o churrasco off, percebi que existiam encontros de DJs, mas eram limitados aos grupos de conhecidos, e neles não havia troca de conhecimento direta, era puro entretenimento. Comecei com eventos menores, como a despedida de um grande mestre das pistas, Ricardo Kahúnna, e uma pizza para DJs. Vi que esses eventos eram bons, mas faltava a parte do conhecimento. Então, em 2018, surgiu o primeiro DJs Meeting. Convidei oito DJs para formar uma mesa, responder perguntas da plateia e homenagear o DJ Luciano Jacaré. No ano seguinte, levamos o evento para o Lajedo, e foi ainda melhor. Mantivemos a mesa de discussão e homenageamos o DJ Marlboro. Em nossa terceira edição, realizada no espaço Lamartine, homenageamos o DJ Marlboro. Este ano, teremos algumas alterações no formato do evento.

Com quanto tempo de antecedência começa o planejamento?

Marcelo Cupim: Geralmente, dedico quatro meses para outras prioridades e começo a planejar o próximo DJs Meeting em julho/agosto, para que em Novembro tudo esteja pronto. O evento é sempre realizado em março, no último domingo do mês, em comemoração ao Dia Internacional do DJ.

O que você espera alcançar com esse encontro que já faz parte do calendário de eventos do Rio?

Marcelo Cupim: Minha intenção sempre foi criar maior notoriedade para nossa profissão, que ela seja levada mais a sério, não só pelo público, mas também pelos próprios DJs. Quero que o evento ajude a descobrir mais talentos e que mais profissionais tenham acesso a oportunidades. Por isso, enfatizamos a troca de conhecimento e experiências entre todos os envolvidos.

Você recebe algum apoio de empresas para organizar e realizar o DJs Meeting?

Marcelo Cupim: No primeiro evento, organizei tudo por conta própria, mas percebi que se dividisse o custo entre os participantes, o preço aumentaria muito. Então, comecei a procurar amigos DJs que haviam tido sucesso em suas carreiras e expliquei a eles o propósito do evento. Muitos gostaram da ideia e decidiram nos ajudar.

Quem são essas empresas parceiras e como elas contribuem?

Marcelo Cupim: Hoje temos o fotógrafo oficial do evento, Marcio Rosa Fotografia, que está conosco desde o início. Há cinco anos, contamos com o apoio de empresas como Eduardo Bonádio e Crowley do Brasil, Alexandre Japiassú e suas empresas: Japiassú Luz, Som e Imagem, Boz Geradores e Up Projeções. Pelo terceiro ano, a Positividade FM também nos apoia. Também contamos com DJ Dentinho e Playbak Eventos, Rafael Pacheco e Mundo Conexx, Rafael Justen e Connect DJs de Petrópolis, além das novas parcerias com o Espaço Nômade Co-Working, a Arca Digital e a Qualiótica Leblon.

Durante esse tempo em que o DJs Meeting existe, você vê uma evolução no mercado e nos DJs?

Marcelo Cupim: Em seis anos, vi muitos djs mudarem sua forma de agir, vestir e se comportar. Acredito que o evento anual e o grupo oficial de whatsapp dos DJs Meeting têm grande influência nessas mudanças.

Fale um pouco sobre as pessoas que compõem a mesa.

Marcelo Cupim: A mesa foi formada no primeiro evento. Convidei profissionais com vasto conhecimento e sucesso no mercado de eventos. Quando algum não podia comparecer, convidava grandes amigos que considerava excelentes profissionais. Formamos a primeira mesa com Alexandre Cappelli, Alexandre Japiassú, André Werneck, Felipe Andrade, Junior Morenno, Marcelo Lyrio e Otávio Taw. Percebemos que a fórmula funcionou perfeitamente, e assim mantivemos. Grandes famosos e grandes amigos compõem essa mesa.

Este ano teremos o momento resenha, onde chamamos profissionais de eventos para conversarem sobre essa relação.

Como você enxerga as parcerias com outros profissionais envolvidos nas festas?

Marcelo Cupim: A palavra parceria é fundamental para o sucesso nos dias de hoje. Depois de um ano parados, e outro ano com interrupções devido à pandemia, se você não tem parceiros, está em apuros. Forme boas parcerias com profissionais do seu meio e de outros mercados, pois o mundo está interligado. Hoje, um chef de cozinha pode indicar um bom cliente, e vice-versa. A parceria é fundamental.

O que você diria a um dj que esteja pretendendo iniciar a carreira?

Marcelo Cupim: É uma profissão como qualquer outra, que exige dedicação, aprendizado e muita perseverança. Oportunidades surgirão, não as deixe passar. Mas lembre-se de que a carreira é curta, então aproveite, se dedique e tenha um plano b caso algo dê errado. Faça com amor, e os resultados virão.

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