RJ: 'Trilha Volta das Águas de Rio Claro' identificada
Serão instaladas placas com informações completas sobre o trecho
Duas das 17 placas que irão sinalizar os trechos da Trilha Volta das Águas foram instaladas em Rio Claro na segunda, dia 8, e nesta quarta-feira, 10. A primeira na Praça Fagundes Varela, trecho 1. A outra no Guaraná Quente, trecho 2. As placas marcam o início de cada segmento da trilha multimodal de 310,77 quilômetros, considerada a maior de longo curso do Brasil dentro de um único município. Ao todo, são 174 km destinados à cavalgada, 183 km para caminhada, 20 km para canoagem e 171 km para ciclismo.
Cada placa traz informações completas sobre o trecho correspondente, como quilometragem, modalidades oferecidas e atrativos. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Cultura, Turismo, Evento, Esporte e Lazer pretende instalar outras sinalizações ao longo do município para ampliar a divulgação. "Estamos marcando o início de cada ponto, mas queremos que todos que estejam em Rio Claro, moradores e turistas, saibam que existe uma trilha extensa, multimodal e aberta para ser explorada", afirmou o secretário Brindisi Biondi.
A Trilha Volta das Águas percorre todas as regiões de Rio Claro, passando por áreas de relevância ecológica, cultural e histórica, como o Parque Arqueológico de São João Marcos, o Caminho do Ouro e locais que remetem ao Ciclo do Café. Lançada em agosto por meio do aplicativo e-Trilhas, a rota se consolidou como novo atrativo de turismo ecológico e de aventura. A Lei 1.402/25, sancionada recentemente, instituiu oficialmente o percurso como equipamento público estratégico para o desenvolvimento sustentável.
A prefeitura também está finalizando o processo licitatório para contratar a empresa que fará a governança da trilha, responsável por limpeza, manutenção, segurança e divulgação. "Acreditamos que no primeiro trimestre de 2026 a Trilha Volta das Águas estará funcionando 100%, com todos os trechos sinalizados, abertos e administrados com segurança", concluiu Brindisi.
Parque São João Marcos
Inaugurado em 2011, o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos é um espaço educativo e cultural da Light mantido com o patrocínio da empresa, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e recursos do Programa de Eficiência Energética da ANEEL.
A história do parque se inicia em 1739 com a construção de uma capela dedicada ao santo pelo fazendeiro João Machado Pereira. Em volta do singelo templo cresceu um povoado privilegiado pelas condições naturais para o cultivo do café, fruto que nos 200 anos seguintes projetaria a cidade como uma das mais ricas do Brasil Colônia e Imperial. São João Marcos cresceu e se desenvolveu por meio de mãos negras na produção do 'ouro verde'. O Ciclo do Café atingiu o auge da prosperidade em torno de 1850 quando São João Marcos - núcleo urbano e área rural - chegou a ter 18 mil habitantes, sendo oito mil escravizados, a maioria pertencente ao maior cafeicultor da região, Comendador Joaquim José de Souza Breves.
São João Marcos era uma cidade formada por uma dezena de ruas, três largos e algumas travessas. A área urbana era composta de casas de construção térrea e sobrados neoclássicos e o calçamento feito de pedra de cantaria. Tinha prefeitura, câmara municipal, cadeia, duas escolas públicas, agência de correios, hospital, duas igrejas (Matriz e Nossa Senhora do Rosário), dois cemitérios, teatro (São João Marcos, mais tarde também conhecido como Tibiriçá), estação meteorológica, time de futebol (Marcossense F.C.), lojas de comércio e dois clubes (Marquense, frequentado pela elite; e o Prazer das Morenas, mais popular), com suas respectivas bandas de música.
