Âmbar compra participação da Eletrobras na Eletronuclear
Negócio de R$ 535 milhões marca entrada do grupo J&F na geração de energia nuclear e reforça posição em energia limpa e segurança energética
A Âmbar Energia, unidade de negócios da J&F S.A., assinou na terça-feira (14), um contrato para adquirir a totalidade da participação detida pela Eletrobras na Eletronuclear, empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, na região da Costa Verde, Estado do Rio de Janeiro. A operação, de R$ 535 milhões, marca a entrada da Âmbar na geração de energia nuclear e reforça sua posição estratégica no sistema elétrico brasileiro.
O negócio, sujeito à aprovação dos órgãos reguladores, vai diversificar ainda mais o portfólio de geração de energia da Âmbar. Atualmente, a empresa conta com 50 unidades, considerando negócios em fase de fechamento: solares, hidrelétricas, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural, entre outras.
-A energia nuclear combina estabilidade, previsibilidade e baixas emissões, características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia - afirma Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar Energia.
A Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, com 1.350 MW, e o projeto em desenvolvimento de Angra 3, de 1.405 MW. Somadas, as três unidades podem gerar até 3.400 MW, o suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas.
As duas usinas em operação possuem contratos de longo prazo, o que garante receitas previsíveis. Angra 1 está contratada até 2044 e Angra 2 tem contrato até 2040.
-A participação na Eletronuclear nos assegura fluxo estável de receitas, com energia gerada próxima aos maiores centros de consumo do país - diz Zanatta. Em 2024, a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões.
Pelo contrato, a Âmbar passará a deter a participação de 68% do capital total e de 35,3% do capital votante da Eletronuclear antes detida pela Eletrobras. A União, que não faz parte da transação, continuará controlando a Eletronuclear por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), que detém 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total.
-Com esta aquisição, consolidamos o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro, combinando diferentes fontes para garantir segurança energética, sustentabilidade e competitividade - afirma Zanatta.
Sobre a Eletronuclear
A Eletronuclear foi criada em 1997 com a finalidade de operar e construir usinas termonucleares no Brasil. É responsável pela geração de aproximadamente 3% da energia elétrica consumida no Brasil. Pelo sistema elétrico interligado, essa energia chega aos principais centros consumidores do país e corresponde, por exemplo, a mais de 30% da eletricidade consumida no Estado do Rio de Janeiro, proporção que poderá ampliar consideravelmente com Angra 3.
A Central, em Angra dos Reis, foi assim denominada em justa homenagem ao pesquisador pioneiro da tecnologia nuclear no Brasil e principal articulador de uma política nacional para o setor. Embora a construção da primeira usina tenha sido sua inspiração, o Almirante, nascido em 1889, não chegou a ver Angra 1 gerando energia, pois faleceu em 1976. Mas sua obra persiste na competência e capacitação dos técnicos que fazem o Brasil ter hoje usinas nucleares classificadas entre as mais eficientes do planeta.
Atualmente estão em operação as usinas Angra 1, com capacidade para geração de 640 megawatts elétricos, e Angra 2, de 1350 megawatts elétricos. Angra 3, que será praticamente uma réplica de Angra 2 (incorporando os avanços tecnológicos ocorridos desde a construção desta usina), está prevista para gerar 1405 megawatts elétricos.
O Plano Nacional de Energia (PNE 2030) que subsidia o Governo na formulação de sua estratégia para a expansão da oferta de energia até 2030 aponta a necessidade da construção de novas centrais nucleares nas regiões Nordeste e Sudeste.
Atuação da Âmbar
A Âmbar Energia é uma das unidades de negócio do Grupo J&F, dono de empresas com a JBS, maior produtora de alimentos à base de proteínas do mundo, o sistema de pagamento digital PicPay e a fabricantes de celulose Eldorado Brasil.
A Âmbar Energia, do grupo J&F, assinou hoje acordos para a aquisição do portfólio de usinas termoelétricas da Eletrobras. O negócio envolve a aquisição de 12 usinas a gás natural em operação e um projeto para implantação de uma usina termoelétrica a gás natural em Manaus (AM).
Somadas, as 13 unidades possuem capacidade instalada de 2,1 gigawatts (GW) de energia, o que amplia o portfólio da Âmbar para 4,6 GW. A transação tem o valor de até R$ 4,7 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em earn-out.
Atualmente, a Âmbar possui 27 usinas de geração de energia de diferentes fontes. São 5 usinas termoelétricas, 16 hidros, 5 fotovoltaicas e uma a biogás, além de 102 micro usinas fotovoltaicas rooftop.
Doze novas unidades de geração estão localizadas no estado do Amazonas e possuem uma importância fundamental no abastecimento da região. Já a usina de Santa Cruz está localizada no Estado do Rio de Janeiro, um dos maiores centros consumidores de energia do Brasil. A entrada nesses dois novos estados colabora para a diversificação geográfica da Âmbar.
"Este negócio reflete nosso comprometimento com o crescimento e o desenvolvimento das empresas, das pessoas e da economia dos estados e do Brasil, contribuindo para a segurança energética do país", declara o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta.