Cedae tem lucro de R$ 1 bilhão
Resultado, o maior desde 2019, será destinado a obras de melhorias nos sistemas
No terceiro ano após as concessões, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) voltou a registrar lucro consistente, sustentado principalmente pelos bons resultados gerados no âmbito operacional, com a implementação de novos métodos gerenciais.
Com um lucro líquido de aproximadamente R$ 1,020 bilhão em 2024, a Companhia superou o registrado em 2023 (R$ 453,9 milhões), alcançando o maior resultado desde 2019. O salto de 125% foi estruturado principalmente no resultado operacional alcançado (indicador dos ganhos obtidos com a atividade-fim, sem considerar impacto de juros e impostos), que fechou o ano em R$ 627,3 milhões contra resultado negativo de R$ 36,7 milhões no período anterior.
Após os ajustes de gestão necessários, a Companhia hoje está saudável financeiramente, moderna, alinhada com a preservação ambiental e demais práticas ESG, e capaz de fazer investimentos com recursos da própria operação.
Para essa virada de chave, foi fundamental a queda de quase 20% nas despesas e custos operacionais. Entre os itens que contribuíram para essa redução estão os gastos com material (-20%), motivado pela modernização na metodologia de dosagem de produtos químicos; serviços de terceiros (-14%), em virtude do redimensionamento ao novo modelo de negócio; e provisões de contingências (-67,3%), em função do menor número de execuções judiciais de valor expressivo.
Os resultados da Cedae se mostram consistentes e comprovam que foi correta a decisão de focar na produção de água e numa racionalização de processos de despesas. É um resultado financeiro robusto e paralelo à retomada de obras importantes que vão garantir a segurança hídrica do estado do Rio de Janeiro nos próximos anos. Ao contrário de algumas épocas, em que a Cedae dava lucro sem obras, neste momento nós temos lucro com obras, com mais governança e com a empresa olhando para o futuro.
Eficiência energética
Além disso, em 2024, a Cedae iniciou a implementação do novo programa de eficiência energética, com a migração de suas quatro maiores unidades de produção de água — Estação de Tratamento do Guandu, Estação de Tratamento de Laranjal, Elevatória do Lameirão e Captação de Imunana — para o Mercado Livre de Energia. A estratégia permitiu uma maior autonomia sobre os custos energéticos. Como resultado, a empresa registrou redução de custos superior a R$ 200 milhões em 2024, com potencial de R$ 1,3 bilhão de redução de custos ao longo dos cinco anos de vigência. O resultado alcançado em 2024 pelo projeto é expressivo. Nos próximos anos, espera-se alcançar uma economia total superior a R$ 1 bilhão, sendo R$ 300 milhões já em 2025. Os números reforçam a decisão adequada da diretoria executiva da empresa, reafirmando o compromisso com a eficiência operacional e sustentabilidade econômico-financeira da Cedae.
Dando suporte a esse novo momento da empresa e do setor, a Cedae iniciou em 2024 a elaboração do novo Planejamento Estratégico, Cedae 2030. Alinhado aos conceitos mais modernos de gestão e guiado pelos pilares de sustentabilidade, inovação e eficiência, o novo instrumento estabelece os resultados a serem alcançados no período 2025-2029, a partir de indicadores, metas e projetos formulados pelas diretorias para a empresa no alcance dos objetivos estabelecidos. Alinhado aos preceitos do Novo Marco Legal do Saneamento e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pelo Pacto Global da ONU, a empresa empreendeu esforços no desenvolvimento do novo instrumento de gestão, resultando em um Mapa Estratégico mais moderno e alinhado com o atual momento da companhia. Por meio dele, a empresa busca reforçar os compromissos ambiental e social com a sociedade fluminense a partir da melhoria dos processos internos e do fortalecimento do sistema de governança corporativa, que dão sustentação a uma maior eficiência operacional, garantindo a gestão responsável dos recursos hídricos e os resultados no caminho da universalização. Tudo isso guiado pela sustentabilidade econômico-financeira e eficiência operacional, premissas gerenciais importantes para a empresa, combinados com novos direcionadores estratégicos (responsabilidade socioambiental e inovação), que buscam provocar hoje um valioso debate sobre o futuro da empresa e sua atuação no setor.