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'Chuva de acusações' abala o futebol espanhol

Ao lado de Xavi, Joan Laporta, o presidente do Barcelona, que fez graves acusações ao Real Madrid | Foto: Reprodução/ X - @BarcaWorldwide

O presidente do Barcelona, Joan Laporta, deu uma longa entrevista ao jornal Mundo Deportivo, que foi publicada na edição do último sábado (23).

Dentre os mais diversos temas abordados na conversa, estiveram temas como o "Caso Negreira", em que o clube catalão é acusado de fornecer pagamentos ao ex-vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da federação espanhola, o ex-árbitro José María Negreira, em troca de favorecimentos nos jogos do Espanhol e da Copa do Rei entre os anos de 2001 e 2018.

Entre os acusados, está o próprio Laporta, que é investigado desde outubro de 2023, por suborno e outros crimes de corrupção. Além do atual dirigente, estão sob investigação os ex-presidentes do clube Sandro Rosell, Josep Bartomeu e outros membros da diretoria do período analisado. Eles são acusados de suborno, falsificação de documentos, corrupção esportiva e administração desleal. De acordo com o juiz do caso, Joaquín Aguirre, "todos tiveram uma responsabilidade efetiva na decisão de efetuar os pagamentos". O Ministério Público afirma que entre 2001 e 2018 foram pagos 7,3 milhões de euros do Barcelona para Negreira, valores que não teriam passado pela aprovação da assembleia geral, não tendo respaldo legal.

Em resposta às acusações, Laporta negou-as, e acusou o Real Madrid de influenciar os árbitros, e não há bom relacionamento entre as instituições: "neste sábado (23) não há um bom relacionamento com o [Real] Madrid. Porque ele apareceu no 'caso Negreira' e o que se está fazendo é uma aberração. O clube pediu que a instrução [do processo] fosse ampliada quando não havia nada e eles não encontraram nada porque não há nada. A nossa versão é o que é, e as versões contraditórias ou as versões que foram divulgadas não puderam ser comprovadas de forma alguma, porque não existem", disparou.

Laporta ainda destacou que as acusações tratam apenas de "assessoria com árbitros": "Porque aqui o que houve foi assessoria técnica de árbitro e com reportagens e vídeos fornecidos como prova. E aí eles aparecem e o que eles querem é manter isso vivo para poderem dizer o que de alguma forma estão pregando. Que é o Barça quem tenta influenciar os árbitros quando é isso que eles fazem. E é esse jogo duplo que eles fazem que não acho correto", completou. Perguntado pelos jornalistas se sua teoria é que querem manter o caso o mais vivo possível para continuar a martelar os árbitros dizendo que é o Barça quem tem influências com a arbitragem, o presidente respondeu que se pode ver as intenções com a expressão espanhola "Se le ve el plumero", que na tradução literal, significa "você pode ver suas penas".

Laporta também acusou o Real Madrid de condicionar a arbitragem a seu favor: "Continuo indignado porque o que a Real Madrid TV faz é uma vergonha. Penso que os reguladores do futebol [espanhol] deveriam intervir aqui porque isso é influenciar, tentar influenciar os árbitros todas as semanas", e ainda completou: "Imagine se ficássemos assim o dia todo, já teriam nos criminalizado e sancionado. Penso que é claro que merecem uma sanção exemplar. Não concordo nada com a forma como a Real Madrid TV está a agir nesta questão porque também pode adulterar a competição".

Por outro lado, apesar do pouco diálogo institucional entre Real Madrid e Barcelona, o presidente do clube catalão ressaltou que deve se andar ao lado do clube merengue no projeto da Superliga, e que é uma questão econômica, e que acha que a competição começará em 2025: "Estamos lá porque o Barça está interessado. Graças ao que foi ganho no Tribunal do Luxemburgo, temos direito de crédito sobre a UEFA. Se tivéssemos começado essa competição agora, em dois anos teríamos ganhado muito dinheiro. Não quero dizer o número porque ele flutua de acordo com as interpretações. É muito dinheiro e já temos isso neste momento. É uma competição que agora veremos como evolui, mas penso que será uma competição muito atrativa e acredito que começará em 2025 e na qual a resistência de dois clubes como Barça e Madrid contra aqueles que causaram a debandada e a UEFA deu resultados", completou.

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