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Por que não se fala em dengue hemorrágica?

Por Acácio Moraes (Folhapress)

Especialistas escantearam a expressão "dengue hemorrágica" porque ela não passa a mensagem certa sobre a doença, afinal nem todos os casos de dengue grave ocorrem com hemorragia. A mudança foi feita inclusive no âmbito da OMS, para passar a dimensão real do problema. "O sangramento pode até estar presente", afirma André Bon, infectologista do Hospital Universitário da UnB (Universidade de Brasília), "mas na maioria dos casos o principal fator de gravidade é o extravasamento dos líquidos das veias e artérias". A doença provoca um aumento da permeabilidade dessas estruturas, permitindo a saída de água que pode parar em outras regiões do corpo, como a pleura, o pericárdio (tecido que envolve o coração) ou o abdômen, causando complicações.

Quando ocorrem, os sangramentos são mais comuns na gengiva, no nariz ou na urina. Em uma pequena porcentagem dos pacientes chegam a acometer o trato gastrointestinal -causando diarreia ou vômito com sangue- ou o sistema nervoso central e o cérebro. São causados por uma queda drástica nas plaquetas, que impede o processo eficiente de coagulação do corpo.

Com o avanço do verão, as preocupações com o mosquito voltaram. Segundo o relatório mais recente do Ministério da Saúde, só neste ano mais de 650 mil pessoas tiveram a doença. São 113 mortes confirmadas, e quase 500 sob suspeita.

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