A Prefeitura do Rio reuniu os produtores de 17 dos 84 projetos credenciados no Reviver Centro Cultural para assinatura do Termo de Adesão ao programa. O evento, na Rua Sete de Setembro 43, teve a presença dos produtores culturais, além do cantor e compositor Marcelo D2, que promoveu uma roda de samba no local. Com a assinatura do contrato, os primeiros projetos poderão ganhar as ruas do Centro, por meio de apoio do município. A Prefeitura vai dar recursos para a reforma dos imóveis e para ajudar nas despesas mensais.
"Nós sabíamos, desde quando começamos a história do Porto Maravilha e a derrubada da Perimetral, que a saída para o problema do Rio era voltar para o Centro. Aqui é uma área que já tem infraestrutura, hospital, escola. E, quanto mais você está onde tem infraestrutura, mais barata fica a cidade. E o que aconteceu na pandemia foi que o Centro se perdeu, muita gente foi embora. E não tem nada igual às manifestações culturais, artísticas, literatura, galerias de arte para conseguirmos fazer um lugar renascer. O que a Prefeitura está fazendo com esses espaços todos é dar uma grana inicial de incentivo. Eu não tenho dúvida nenhuma que, em muito pouco tempo, a partir desse projeto, o Centro será resgatado, revitalizado e ressuscitado por aquilo que o Rio tem de mais incrível que são suas manifestações culturais", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
O programa Reviver Centro Cultural recebeu a inscrição de 39 imóveis e de 132 projetos culturais, como livrarias, galerias de arte, escolas de dança e escolas de fotografia. Desse total, 84 foram credenciados e poderão ocupar as lojas também habilitadas no programa e, com imóvel, estarão aptos a receber os valores da Prefeitura do Rio destinados ao projeto. Como contrapartida, eles devem abrir, em horários estendidos, à noite e aos fins de semana, além de contar com uma programação que preveja ações nas calçadas, para levar mais gente ao Centro e aumentar o movimento da região.
"É um projeto de volta à vida das ruas do Centro. Ainda temos um comércio que foi resiliente, principalmente na pandemia, mas dentro do nosso projeto queremos trazer novas moradias, novos empreendimentos para cá. O Reviver Centro Cultural é central para que possamos trazer essa nova vida, a ocupação das lojas que estavam vazias. É um primeiro marco do renascimento do Centro", comentou o secretário de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões.
De iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico (SMDUE), em parceria com a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), o projeto deve ocupar imóveis abandonados na área formada pelas avenidas Presidente Vargas, Rio Branco e Primeiro de Março, e pela Rua da Assembleia, além de um trecho da Orla Conde. O município vai dar valores ao projetos que podem chegar a até R$ 192 mil (R$ 1 mil por metro quadrado) para a reforma dos espaços e cerca de R$ 14,4 mil (R$ 75 por metro quadrado) como auxílio para despesas mensais, como aluguel, água e luz, dependendo da metragem do imóvel.
A partir de agora, todos os habilitados podem negociar diretamente com os proprietários dos imóveis credenciados para firmar o contrato de locação. Os gestores dos projetos que encontrarem um imóvel adequado e formalizarem o contrato de locação devem apresentar a documentação à Prefeitura do Rio. Depois de assinarem um Termo de Adesão, em que assumirão a responsabilidade de execução do projeto cultural proposto pelo poder público, de acordo com o edital, receberão, em 30 dias, o benefício de incentivo.
"O Centro do Rio está sedento por projetos. Temos uma oportunidade única de fazer o Rio de Janeiro que acreditamos, de fotografia, de música, de inclusão, samba, Carnaval. Nos três meses que estou com meu projeto no Centro, tive o suporte da Prefeitura. Tenho certeza que o Reviver Centro Cultural terá grande sucesso. O Rio vai ficar mais seguro e alegre", disse o cantor Marcelo D2, dono do espaço onde o evento foi realizado.
Sócios-diretores da Galeria Refresco, Deborah Zapata e Renato Canivello comemoram a oportunidade dada pelo incentivo da Prefeitura.
"Ficamos muito animados quando tomamos conhecimento do projeto da Prefeitura, uma oportunidade de profissionalizar os espaços de cultura no Rio. Receber um aporte da Prefeitura para conseguirmos desenvolver o nosso projeto, dar mais visibilidade pois trabalhamos com toda uma comunidade de artistas cariocas, é uma oportunidade incrível. Estamos muito felizes de participar", declarou Deborah.
Idealizadora do Centro Carioca de Fotografia, Renata Xavier elogiou a iniciativa da Prefeitura de buscar a revitalização do Centro da cidade.
"O Centro do Rio merece pois ele faz parte da história do Brasil, é um centro de memória da cidade e do país. Nosso trabalho é sobre fotografia, é criar um lugar em que os olhares do Rio se encontrem. Há poucos paços de onde vai ficar o Centro Carioca de Fotografia foi feita a primeira foto da América do Sul. São essas histórias que queremos trazer, mostrar quem são os cronistas visuais da atualidade. É um lugar para quem ama fotografia", concluiu.