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'Ghibli Park', no Japão, diverte, mas não encanta

Parque reúne os principais filmes do fenômeno japonês | Foto: © Studio Ghibli

Por Angelo Ishi (Folhapress)

Mesmo quem nunca ouviu falar em Hayao Miyazaki, o celebrado diretor de animês, deve conhecer as suas obras-primas "Meu Amigo Totoro" e "A Viagem de Chihiro" (Oscar de melhor filme de animação em 2003). E se você é fã destes e de outros filmes do estúdio dele, o Studio Ghibli, deve estar ansioso para visitar o Ghibli Park, inaugurado em novembro passado na cidade de Nagakute, pertinho de Nagoya, região central do Japão.

Para muitos turistas que viajam pelo Japão com o trem-bala, Nagoya é apenas uma parada no meio do caminho entre os dois destinos mais populares, Tóquio e Kyoto. Mas a cidade, capital da província de Aichi, tem atrativos como o Legoland (parque temático do Lego) e sediou em 2005 a Expo Aichi. Foi dentro do parque comemorativo da Expo que o governo provincial de Aichi e o Studio Ghibli resolveram criar um parque temático dos desenhos de Miyazaki.

O parque foi projetado para ter cinco áreas, mas, na visita, somente três estavam abertas: Hill of Youth (Colina da Juventude), Dondoko Forest (Floresta Dondoko) e Ghibli's Grand Warehouse (O Grande Armazém da Ghibli) - no início de novembro, foi inaugurada a quarta área, a Mononoke's Village, inspirada no filme "Princesa Mononoke".

O primeiro desafio para quem quer visitar o Ghibli Park é conseguir o ingresso. A entrada é com data e hora marcada, e os tíquetes esgotam logo que são postos à venda. Talvez por saber que o público doméstico é suficiente para esgotar as reservas, a administração do parque não se empenhou em conquistar os turistas internacionais em seus primeiros meses.

Uma maneira rápida de se obter ingressos é comprar um pacote, vendido pelas principais agências de viagem do Japão, que inclui hospedagem e transporte de trem-bala. Foi este o recurso que usei para garantir reserva em um sábado (os fins de semana são especialmente concorridos) para mim, minha esposa e nossa filha de 11 anos - todos fãs de carteirinha dos desenhos de Miyazaki.

Já no momento da reserva pela internet, tive que decidir em qual ordem visitaria as três áreas. A dica é deixar por último o Grande Armazém, que é a área principal. A maioria das pessoas começa pela Colina da Juventude, que fica próxima à entrada do parque - e perto da estação do monotrilho, o principal meio de transporte usado pelos visitantes.

A reserva que fiz tinha uma rota menos popular: começava pela área que fica mais longe da entrada, a Floresta Dondoko. Isso nos obrigou a andar uns 20 minutos, e fez com que descobríssemos, logo de cara, uma qualidade e um defeito deste parque.

A qualidade é a interação com a natureza. Respirando o ar puro e ouvindo o vento soprar entre as árvores, o visitante chega à Floresta Dondoko já imerso no clima do "Meu Amigo Totoro" (Totoro é o simpático animal que virou um dos personagens mais queridos já criados por Miyazaki). Lá, o visitante tira o sapato na entrada e explora uma casa antiga, onde teriam morado Satsuki e Mei, as irmãs que ficam amigas do Totoro. Uma universitária, que estava abrindo todas as gavetas de todos os cômodos, comentou que relembrou a casa da sua avó, que visitava na infância.

O ponto fraco do parque, e especialmente desta área, é a sinalização escassa e uma deliberada falta de legendas explicativas. A chance de se perder no caminho para a Floresta é grande, e quem não viu o filme - ou mesmo quem viu - corre risco de se entediar, pois não entenderá o significado deste ou daquele objeto. Talvez seja este o conceito do parque: que cada um sinta a casa do seu jeito, sem induções.

Nosso segundo destino foi a Colina da Juventude. A área tem como base um filme menos conhecido do Studio Ghibli, "Sussurros do Coração" (1995), com roteiro de Miyazaki e dirigido por um discípulo dele, Yoshifumi Kondo. Foi reconstituída a loja de antiguidades onde a personagem Shizuku chega ao correr atrás de um gato.

Na área externa, há um ponto de ônibus à moda antiga. No interior, a decoração e a mobília despertam a nostalgia. Experimentei perguntar a uma funcionária sobre o violino exposto. Ela se animou em me dar uma longa explicação, o que me fez pensar que muita gente ficaria feliz se o parque oferecesse visitas guiadas ou um guia de áudio.

Após uma certa decepção com as duas áreas menores, depositamos nossas esperanças no Grande Armazém. Pela primeira vez, enfrentamos fila para entrar. E, pela primeira vez no dia, minha filha soltou um "uau!" ao deparar com espaços amplos, cores vibrantes e múltiplas atrações. Assim como nós, outros visitantes famintos entraram em uma fila de 60 minutos para almoçar no "Transcontinental Flight Café". Gostamos dos sanduíches e pizzas, e das maquetes de aviões expostas ao lado do caixa.

A qualidade é a interação com a natureza. Respirando o ar puro e ouvindo o vento soprar entre as árvores, o visitante chega à Floresta Dondoko já imerso no clima do "Meu Amigo Totoro" (Totoro é o simpático animal que virou um dos personagens mais queridos já criados por Miyazaki). Lá, o visitante tira o sapato na entrada e explora uma casa antiga, onde teriam morado Satsuki e Mei, as irmãs que ficam amigas do Totoro. Uma universitária, que estava abrindo todas as gavetas de todos os cômodos, comentou que relembrou a casa da sua avó, que visitava na infância.

O ponto fraco do parque, e especialmente desta área, é a sinalização escassa e uma deliberada falta de legendas explicativas. A chance de se perder no caminho para a Floresta é grande, e quem não viu o filme - ou mesmo quem viu- corre risco de se entediar, pois não entenderá o significado deste ou daquele objeto. Talvez seja este o conceito do parque: que cada um sinta a casa do seu jeito, sem induções.

Nosso segundo destino foi a Colina da Juventude. A área tem como base um filme menos conhecido do Studio Ghibli, "Sussurros do Coração" (1995), com roteiro de Miyazaki e dirigido por um discípulo dele, Yoshifumi Kondo. Foi reconstituída a loja de antiguidades onde a personagem Shizuku chega ao correr atrás de um gato.

Na área externa, há um ponto de ônibus à moda antiga. No interior, a decoração e a mobília despertam a nostalgia. Experimentei perguntar a uma funcionária sobre o violino exposto. Ela se animou em me dar uma longa explicação, o que me fez pensar que muita gente ficaria feliz se o parque oferecesse visitas guiadas ou um guia de áudio.

Após uma certa decepção com as duas áreas menores, depositamos nossas esperanças no Grande Armazém. Pela primeira vez, enfrentamos fila para entrar. E, pela primeira vez no dia, minha filha soltou um "uau!" ao deparar com espaços amplos, cores vibrantes e múltiplas atrações. Assim como nós, outros visitantes famintos entraram em uma fila de 60 minutos para almoçar no "Transcontinental Flight Café". Gostamos dos sanduíches e pizzas, e das maquetes de aviões expostas ao lado do caixa.

Por fim, mesmo que você não compre nada, uma parada na loja de presentes é obrigatória. Lá você pode encontrar chocolates, biscoitos, chaveiros e toalhas de mão com referências aos filmes Ghibli.

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