Por: Gabriela Gallo

Black Friday: saiba como se livrar das falsas ofertas

Resultado da Black Friday no final de semana foi aquém | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Natal está cada vez mais próximo. E com ele, começa o período de compras para os presentes de fim de ano. E para isso, os consumidores esperam um período específico de novembro: a Black Friday, que neste ano acontece nesta sexta-feira (24).

A Black Friday é um hábito do comércio que se consolidou ao final do século 20, nos Estados Unidos. Todo ano, ela acontece no dia seguinte do Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day), feriado estadunidense, justamente para inaugurar o período de compras natalinas.

A ideia acabou se estendendo para outros países, como o Brasil. A data pode ser um importante momento para encontrar produtos com desconto. Mas é importante tomar cuidado para não cair nas armadilhas das promoções de “metade do dobro do preço”. A expressão ironiza lojas que aumentam o preço de seus produtos pouco antes da Black Friday para que a redução não cause nenhuma diferença na conta final do estabelecimento.

Ao Correio da Manhã, o educador e consultor financeiro Eduardo Almeida orienta que o consumidor fique atento aos preços dos produtos ofertados na Black Friday e que pesquise referências de valores dos produtos. “Hoje existem sites que mostram o histórico do preço daquele produto ou do serviço. Então, você pode buscar ali no Google, verificar os sites. Você pode acessar, pesquisar o produto e ali você vai ter o preço que é oferecido em diversos locais e ainda consultar o histórico do preço daquele produto ou daquele serviço”, ele recomendou.

Fraude

E não bastasse a prática de algumas empresas em aumentar o valor dos produtos, o consumidor precisa ficar atento a sites na internet que sejam falsos. Neles, o consumidor compra um produto ou serviço online e nunca recebe o que foi pedido.

Para tentar evitar esse tipo de golpe, na última quinta-feira (23), o Instituto de Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP), divulgou uma lista com 78 sites na internet que devem ser evitados durante a Black Friday. Destes, 13 ainda estão no ar. O ranking considera empresas que tiveram reclamações de consumidores registradas no Procon-SP e foram notificadas, mas não responderam ou não foram encontradas. A maioria dos produtos ofertados nos sites são de tecnologia e variedades.

O Procon alerta que sites fraudulentos costumam ser aqueles que oferecem promoções tentadoras demais, com preços muito abaixo dos praticados pelo mercado, mesmo durante promoções de Black Friday. Além disso, caso o site seja desconhecido, a principal recomendação é que o consumidor verifique a sua reputação. Isso é possível através de sites como o “ReclameAqui”, a plataforma mais popular para esse tipo de pesquisa de credibilidade e reputação de uma loja ou comércio. E caso não exista menção sobre o endereço da loja virtual em lugar algum, provavelmente o lugar é falso.

A lista completa está disponível no site do Procon, no endereço sistemas.procon.sp.gov.br/evitesite. O consumidor que tiver dúvidas pode procurar o Procon do seu estado.

Impulso

Outro perigo durante o período da Black Friday são as compras que o consumidor gasta no impulso, além do orçamento disponível, o que pode terminar em um endividamento. Dados da Sondagem do Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que os consumidores com faixa renda de até R$ 2,1 mil são maioria entre os que anteciparão as compras de fim de ano durante a promoção, passando de 11,9% (2022) para 32%, neste ano.

Desta forma, é importante se planejar financeiramente antes de partir para as vitrines virtuais e do shopping. “Eu costumo dizer que a melhor estratégia para economizar, não somente nesse momento mas em todos, é você fazer uma análise e comprar somente aquilo que você está precisando”, disse o consultor financeiro Eduardo Almeida.

“Digamos que a pessoa já sabe que precisa daquele produto e ele está com um preço bem acessível. Neste caso, você tem que verificar se tem orçamento para fazer aquela aquisição naquele momento. Não adianta nada o produto estar com o preço acessível, se você não tem orçamento. Muitas pessoas compram sem ter o dinheiro e, quando fazem isso, estão se comprometendo sem que a compra caiba no orçamento. Esse é o primeiro passo para o endividamento. Então, uma boa dica para você economizar nesse período é você fazer antes um planejamento para comprar somente aquele produto ou contratar aquele serviço que você está precisando”, afirmou.

O professor também lamenta que muitos desses golpes, impulsos e eventuais endividamentos do consumidor tendem a acontecer pela falta de educação financeira. “Infelizmente, a maioria das pessoas não tem educação financeira. Então, a boa dica para você não ter problemas com compras nesse período é comprar somente se você tiver o dinheiro”, enfatizou o educador financeiro.

Se o consumidor optar por parcelar uma compra no cartão de crédito, o que é uma opção muito usada nos consumidores brasileiros, ele orienta que o consumidor se programe para adquirir o produto e não se perder nos juros do cartão de crédito.

“Quando você faz uma programação, aí, sim, você pode fazer a aquisição daquele produto sem ter o dinheiro naquele momento. Mas quando não tem esse planejamento, não dá para fazer a compra ali arriscando. Porque pode caber no seu orçamento, mas também pode não dar certo. Então, se você não tem um planejamento, não faz a gestão adequada das suas finanças, é importante fazer a aquisição somente se você tiver o dinheiro naquele momento”, ele pontuou.

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