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Peronismo pode ficar em xeque nestas eleições?

Casa Rosada argentina terá um novo comandante | Foto: Mariana Fernandez/ Divulgação

Por Barros Miranda*

A Argentina, no domingo (19), terá uma das eleições mais turbulentas e emblemáticas da história, a ponto de ser comparada com a brasileira em 2022, por reunir dois grupos antagônicos na luta pelo poder. Sérgio Massa e Javier Mieli disputam o comando da lendária Casa Rosada. Porém, além do embate ideológico, o que está em jogo é, também a manutenção de um estilo político bem forte, mas que anda estremecido no país: o Peronismo, uma doutrina que não é nem de esquerda ou de direita, em sim mais de centro.

Estilo político criado por Juan Domingo Perón, no período em que governou a Argentina (1955-1956) e (1973-1974), ele se caracteriza por um Estado Forte, com grande incentivo às massas e trabalhadores, buscando o bem-estar social justo e um equilíbrio econômico voltado para o nacionalismo.

Todavia, ao longo dos anos, muitos políticos que se intitularam descendentes ou convalescentes à este movimento político foram incrementando suas ideologias, a ponto de criarem outras paralelas, como a família Kirchner — Cristina e Néstor.

Neste domingo (19), contudo, a sabedoria e o poder do Peronismo pode entrar em xeque, uma vez que, o atual governo não vem tendo bons resultados exatamente na área em que a ideologia deveria controlar: a economia.

Se Sérgio Massa sair vencedor nas urnas, será o voto de confiança dos argentinos ao grande Perón, mas com uma carga enorme de responsabilidade a Massa, para fazer a doutrina voltar aos tempos de glória. Já se Mieli vier a se consagrar como o eleito, o Peronismo terá que se reinventar, já que a fórmula que, durante anos fez a Argentina ser uma potência, não está mais dando o resultado esperado ao seu povo.

*Historiador

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