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Rede hoteleira carioca em alta com a final no Maracanã

Torcedores do Boca Juniors invadiram a cidade. Quem comemora é a rede hoteleira. | Foto: Marcelo Cortes/ Conmebol

Por Leonardo Vieceli (Folhapress)

Já é possível observar grupos com camisetas azuis e amarelas circulando em pontos turísticos e supermercados do Rio de Janeiro.

São os torcedores do Boca Juniors, que começam a invadir a cidade antes da final da Libertadores entre o clube argentino e o Fluminense, agendada para sábado (4) no Maracanã.

Essa movimentação está impactando o setor de turismo carioca. A ocupação média dos hotéis do Rio já chegava a 87,57%, conforme balanço divulgado na terça-feira (31) pelo HotéisRIO (Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro) e pela ABIH RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio de Janeiro).

As entidades empresariais esperam que o percentual supere os 91% na data da partida. O jogo decisivo, contudo, não é o único fator que explica esse cenário.

Além da final da Libertadores, outros eventos que serão realizados na capital fluminense também contribuem para o aumento da ocupação dos hotéis no feriado de Finados, afirma Alfredo Lopes, presidente do HotéisRIO e conselheiro da ABIH RJ.

São os casos do show da banda de rock Red Hot Chili Peppers no estádio Nilton Santos (Engenhão), também no sábado, e de congressos.

De acordo com Lopes, os hotéis cariocas costumavam registrar ocupação inferior, entre 75% e 78%, no mesmo período de anos anteriores.

"Juntou o jogo com shows e eventos corporativos. Estamos com ocupação bem elevada. Acho que, quando chegar o jogo, teremos mais de 95%", diz. "É quase um feriado de Réveillon."

Conforme o balanço divulgado na terça, hotéis de duas regiões da zona sul do Rio já apresentavam procura acima da média da cidade: Copacabana/Leme (93%) e Ipanema/Leblon (92,61%).

Outros bairros, dizem HotéisRIO e ABIH-RJ, também registravam números considerados "ótimos". Barra da Tijuca/Recreio dos Bandeirantes (85,14%), na zona oeste, Centro (81,98%) e Flamengo/Botafogo (81,97%), na zona sul, estão nessa lista.

Lopes pondera que nem todos os argentinos na cidade ficarão em hotéis. "Tem gente que vem para ficar em trailer, carro. Estamos acostumados com isso."

A expectativa da prefeitura é que aproximadamente 100 mil torcedores argentinos venham para o Rio de Janeiro. Diante das casos recentes de racismo contra brasileiros nos jogos na Argentina, o Boca Juniors divulgou uma lista de recomendações lembrando que "cantos e gestos racistas/xenófobos constituem um delito grave" que pode levar a até cinco anos de prisão.