Enquanto o mês de outubro não termina, seguem as campanhas de conscientização e prevenção ao câncer de mama, decorrentes do Outubro Rosa. Mas, além das consultas médicas e exames de prevenção, a campanha também serve para debater outros assuntos sobre o câncer de mama, como o resgate da autoestima em mulheres que estão em tratamento ou já tiveram a doença.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2021 o câncer de mama foi o que mais matou mulheres no Brasil, chegando a 16,1% do total de óbitos por esse tipo de doença. O Inca ainda aponta que, até o fim deste ano, a taxa de incidência chegue a 73.610 novos casos. Até 2025, a estimativa é que o Brasil registre 220,8 mil novos casos de câncer de mama.
Saúde mental
E quando se é diagnosticado com uma doença séria como um câncer, é importante cuidar da saúde mental. A paciente precisa lidar com o impacto do diagnóstico na família, as mudanças na rotina, o medo e a incerteza do tratamento da doença e, além disso, quando termina a jornada, começa a busca pela recuperação da autoestima.
E, de acordo com a psicóloga Alessandra Araújo, o autocuidado está diretamente ligado à autoestima. “O autocuidado é o primeiro passo para se obter a autoestima. Sabemos que não é apenas o autocuidado, mas já percebeu como sempre nos colocamos em segundo ou terceiro lugar? Que deixamos nossas vontades para depois? É assim que nos apagamos e esquecemos do que verdadeiramente gostamos. A baixa autoestima é justamente nos apagarmos e iluminarmos o outro”, explicou ela ao Correio da Manhã.
Dentre as diversas formas para recuperar esse autocuidado e autoestima, além de uma alimentação saudável e atividade física, uma alternativa para mulheres que estão nesse tratamento são as modalidades de dança. A dança ajuda no autoconhecimento do corpo e na melhora da autoestima e da disposição, reduzindo a depressão. Nela, a pessoa desenvolve maior controle e entendimento do próprio corpo.
E uma sugestão de dança para mulheres é a dança do ventre. Ao Correio da manhã, a professora de dança do ventre, Amura Zahra, trouxe alguns benefícios. “A dança do ventre traz muito empoderamento para a mulher. É ligada ao autoconhecimento mesmo. Fazemos um resgate da autoestima através desse autoconhecimento, autocontrole do corpo também” disse.
Amura também destacou que a dança do ventre é uma boa atividade, por ser uma dança completa. “Ela é minuciosa, ela trabalha parte por parte. Você move partes dp corpo que já conhece mais, mas também começa a mover pequenas partes também, que, então, passa a perceber”, explicou.
Prazer
“Quando se dança, movimentamos o corpo e ativamos dopamina, o hormônio do prazer, que nos faz ter uma sensação de bem estar e a autoestima é no fundo uma sensação de estar bem. Quando falamos de dança e de câncer de mama, o que vemos é que eu volto o meu olhar para todo o meu corpo, não focando apenas no “problema”, no caso a doença”, enfatizou a psicóloga Alessandra Araújo.
Nesse sentido, segundo a terapeuta, a dança pode ser mais vantajosa para a sensação de bem-estar em comparação a outras atividades físicas. “Com a liberação de endorfina, dopamina e serotonina quando se dança, a adrenalina e cortisol são baixados. Sendo assim, o coração e os músculos desaceleram e isso produz essa sensação de bem-estar. Já em outras atividades, a adrenalina e cortisol ainda continuam a ser liberados em menor quantidade, porque o coração ainda continua bombando mais aceleradamente”, ela explicou.
