Por: Ana Paula Marques

7 de setembro mais seguro e parado

Segundo o que foi relatado ao Correio da Manhã, ambulantes na Esplanada dos Ministérios vendem quatro vezes menos este ano | Foto: Ana Paula Marques/Correio da Manhã

Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, toldos e grades já estão posicionados para proteger os prédios públicos desde a última segunda-feira (4). O esquema de segurança será maior do que o da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste ano e vai contar com auxílio da Força Nacional. Comerciantes ambulantes, porém, relatam movimento “fraco” nos dias que antecedem o feriado, comparado ao ano anterior.

O evento com o slogan de "Democracia, Soberania e União", segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), contará com número maior de agentes do que em 2022, quando foram comemorados os 200 anos da independência do Brasil e houve forte adesão de aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na ocasião convocou seu apoiadores e aliados a comparecerem no ato de verde e amarelo.

Neste ano, porém, a Esplanada conta com poucos vendedores de rua, pouca movimentação além das pessoas que fazem parte da organização e o policiamento que se faz presente por todos os lados. Prédios como o Museu Nacional, com grandes movimentos de turistas em dias normais, está esvaziado e protegido com grades. Funcionários públicos terão pontos facultativos na quarta e na sexta.

Segurança

Segundo a Secretaria de Segurança do DF, responsável pela segurança no dia do evento, o policiamento será reforçado em toda a região central, com empenho de tropas especializadas das forças de segurança do Distrito Federal e monitoramento por meio de imagens de câmeras, drones e informações enviadas ao Centro Integrado de Operações de Brasília.

O ambulante Raulys Araujo, 35 anos, disse que em 2022 vendeu quase que quatro vezes mais que este ano. “ Cinco dias antes do feriado, aqui — na Esplanada dos Ministérios — já estava cheio de gente comprando blusas, toalhas e essas esculturas que vendo, eu vendi muito. Neste ano, eu vou é viajar, porque o movimento está muito fraco e não poderemos vender aqui dentro”, declara o comerciante, apontando para o cerco que determina o local do evento.

Rauly, que vende souvenires dos prédios símbolos arquitetônicos de Brasília há 15 anos em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, disse que recebeu informações de que somente ambulantes cadastrados na Secretaria Executiva das Cidades do Distrito Federal poderão fazer suas vendas no evento, coisa que alega não ter acontecido ano passado, quando ele vendeu em sua barraca diversas bandeiras e chaveiros com imagens patriotas.

Ao Correio da Manhã, a Secretaria de Segurança do DF disse que em todos os eventos em locais públicos são feitos cadastros para que comerciantes ambulantes possam vender seus produtos. Esse cadastro é feito por meio da Secretaria de Cidades do DF, onde é liberado um edital de chamamento público.

Outros ambulantes também relataram o mesmo cenário desértico, tanto pelo tempo seco desta época do ano no cerrado, quanto pela falta de expectativa de pessoas na cerimônia. Eles também especulam o volume de segurança deste ano.

“Eles devem saber algo que não sabemos. Já tem quase oito anos que vendo água aqui e nunca vi começarem a armar o cerco tão cedo; também nunca vi esse tanto de polícia presente”, declara Antônio José de 59 anos.

Cerca de sete mil militares devem participar do desfile e a expectativa do governo é de um público de 30 mil pessoas. Desse total, existe a especulação de que seis mil vão acompanhar o desfile nas arquibancadas montadas no corredor ministerial. A cerimônia cívico-militar terá início às 9h, e o presidente Lula preferiu não discursar para não politizar o evento.