A proposta de nova redação do Plano Diretor do Rio de Janeiro, que libera a construção de hospitais ou clínicas com internação em Botafogo e Humaitá, pode sobrecarregar os já saturados sistemas viários, ambientais e as estruturas urbanas da região, que seria sensivelmente atingida com a instalação de novos empreendimentos dessa natureza.
A vedação à atividades de assistência médica com internação surgiu por lei em 1983, quando os locais já sofriam com excesso de tráfego e adensamento demográfico. Os bairros são considerados importantes locais, pois ligam a Zona Sul ao Centro do Rio.
Atualmente, segundo estudos desenvolvidos por arquitetos, o impacto dessa liberação seria muito maior, pois tanto Botafogo quanto Humaitá já concentram um elevado número de hospitais, laboratórios e clínicas, além de escolas, creches e estabelecimentos comerciais, que provocam elevada circulação de pessoas e veículos.
A liberação carece de estudos técnicos que atestem se a realidade dos bairros comporta a edificação de novos empreendimentos do setor hospital e conduz ao seguinte questionamento: por que estimular novos hospitais em bairros já saturados de tais serviços, se existem tantas outras áreas carentes de leitos na cidade?