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Petrobras nega reajuste breve de combustíveis

Por Marcello Sigwalt

Sem confirmar ou negar a possibilidade de novos reajustes nos preços dos combustíveis, nos próximos dias - como chegou a ser ventilado em alguns meios de comunicação - a Petrobras divulgou nota, nesta quinta-feira (27), na qual esclarece que tais "ajustes são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais vigentes", ao mesmo tempo em que reitera "seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, de modo a evitar o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais". A petroleira deverá divulgar, na próxima quinta-feira os resultados relativos ao terceiro trimestre do ano.

A despeito do suposto 'atraso' da Petrobras no repasse da elevação da cotação internacional do petróleo, o valor da gasolina ao consumidor final no país tem subido por duas semanas consecutivas. O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), por seu turno, aponta que a estatal, há seis semanas está vendendo gasolina nas refinarias abaixo do Preço de Paridade de Importação (PPI), o mesmo ocorrendo com o óleo diesel, por quatro semanas. Exemplo disso é o valor da gasolina comercializada pela petroleira (R$ 0,46 por litro) ou 12,27% inferior à similar externa, ao passo que o diesel apresenta preço 14,13% (R$ 0,80 por litro) abaixo do valor internacional.

Na avaliação de especialistas de mercado, além do 'ajuste natural do mercado, em decorrência do aumento da demanda, o crescimento do preço médio dos combustíveis nos postos brasileiros também resulta da majoração dos valores da gasolina e do diesel vendidos pela refinaria privada de Mataripe (Bahia), que responde por 14% da capacidade total de refino do país e tem sido 'mais ágil' que a Petrobras no repasse das variações das cotações internacionais aos preços de seus produtos - que subiram 9,7% (gasolina) e 11,3% (diesel S-10).

Para o sócio-diretor do CBIE, Pedro Rodrigues, "há primeiro de tudo o que eu entendo como ajustes naturais do mercado, em que cada posto procura recuperar sua margem (de lucros), dado que tivemos uma redução grande nos últimos meses", ao observar a ocorrência de "diversas quedas seguidas nos meses anteriores aumentaram o consumo entre os brasileiros". Dados da ANP apontam que as vendas de gasolina no Brasil pelas distribuidoras, no primeiro semestre deste ano, aumentaram 10,8%, no comparativo anual, iniciativa que foi seguida pelos postos de gasolina.

A economista e professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Juliana Inhasz pontua que, como "a defasagem do preço força uma maior demanda, empresas repassam o aumento ao consumidor por identificarem descompasso no mercado". No país, como é livre a negociação de preços, cada posto pode fixar preços próprios para os combustíveis.

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