Radicalismo político começou com facada que quase matou Bolsonaro
Por Cláudio Magnavita*
Quando o “maluco” do Adélio (ressaltando as entre aspas) deu a facada em Bolsonaro, em Juiz de Fora, nenhum dos jornais colocou em manchete: “Psolista esfaqueia candidato a Presidente”. Quando em Diadema, o ex-presidente Lula defendeu o companheiro Maninho, ex-vereador na cidade que ficou sete meses preso por não permitir que um cara ficasse o xingando na porta do Instituto Lula. Maninho agrediu o empresário Carlos Alberto Bettoni, que caiu, bateu a cabeça no para-choque de um caminhão e teve sequelas, que resultaram em seu falecimento em dezembro passado. Também nenhum dos jornais e telejornais deu em manchete “Petista agride empresário”.
A utilização do episódio de Foz do Iguaçu escancara o ativismo de parte da mídia contra o presidente. O rótulo usado em manchetes “Bolsonarista invade festa e mata dirigente do PT”, era tudo que a militância queria: um cadáver para chamar de seu, escancarando o rótulo de “Bolsonarista” aos quatro cantos.
A grande ironia é que exatamente esta parte da militância midiática que acirra os ânimos, a ponto de embates extremados. A falta de soberania dos fatos e a construção da narrativa com o objetivo de atingir o presidente eleitoralmente têm levado a um contorcionismo jornalístico vergonhoso. Ninguém lembra que a grande vítima do extremismo estimulado pela mídia de oposição foi o próprio Bolsonaro com a facada que recebeu. Ele esteve entre a vida e a morte escapando por pouco. Transferir para a direita o mérito da militância extremada é negar o reconhecimento público feito por Lula ao ataque de Maninho ao empresário. Anotem: a exemplo da Colômbia, se Lula for eleito, Adélio será solto e perdoado como herói da militância. O autor da facada terá o mesmo endeusamento dos assaltantes de bancos, sequestradores de embaixadores e de empresários, chamados de heróis e que recebem gordas pensões indenizatórias.
Quem teve o abdômen aberto de cima a baixo foi o presidente como candidato. Muitos acreditam na intervenção divina na salvação, que frustrou o golpe eleitoral de Adélio e seus cúmplices.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã