Quando a verdade é dolorida e constrange
Por Claúdio Magnavita*
A franqueza é capaz de constranger e ser dolorida. Relembrar é doer! Os poucos partidários de Lula presentes ao almoço da Associação Comercial do Rio ficaram corados com alguns registros factuais realizados pelo presidente Bolsonaro.
Para surpresa da plateia, ele elogiou a Rede Globo, que dedicou na edição do Fantástico do último domingo, 5 de junho, 10 minutos para o spray nasal usado para combater a Covid. Ironicamente, o presidente relembrou que ele enviou uma delegação a Israel exatamente para conhecer este novo medicamento e foi criticado pela própria emissora e mídia de oposição. É fato.
Lembrou que o atual presidente do TSE é o mesmo ministro do STF que tirou o Lula da cadeia e o tornou elegível. Citou também que o mesmo ministro reuniu os embaixadores de diversos países para falar sobre o sistema eleitoral brasileiro e pedir que os governos reconheçam os resultados das urnas na hora da sua proclamação, ressaltando que cabe ao Itamaraty a missão constitucional da relação do Brasil com o mundo. É fato!
Lembrou que medidas, liberadas por um ex-ministro da Justiça de Temer, hoje, são travadas como ministro do STF. É fato.
Bolsonaro falou que foi multado em R$100 mil por falar mal da imprensa, e que ele deveria então receber R$1 bilhão por apanhar da imprensa. É fato.
Doloroso é quando o presidente lembra que só um diretor da Petrobras devolveu R$100 milhões e que o endividamento da estatal na época do PT daria para fazer inúmeras transposições do São Francisco. Como negar o roubo da Petrobras? Relembra que teremos a volta de Zé Dirceu e de vários ministros do PT acusados de corrupção. É fato.
Este será o tom da campanha de 2022. Relembrar que o Brasil foi saqueado por 12 anos.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã