Isenção do IR pode ser sancionada em outubro

Cerca de 20 milhões de pessoas devem ficar livres do imposto

Por Martha Imenes

Haddad destacou que o país ainda tem mais de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais

A isenção do Imposto de Renda para o trabalhador assalariado que ganha até R$ 5 mil por mês deve ser sancionada até o mês que vem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida deve isentar pelo menos 20 milhões de pessoas de pagar o tributo, segundo estimativas do Sindicato dos Auditores-Fiescas da Receita Federal (Sindifisco Nacional).

De acordo com o ministro da Fazenda Fernando Haddad, o objetivo do governo é diminuir o imposto sobre o consumo ao cobrar mais Imposto de Renda dos ricos.

Ele destacou que, atualmente, o país ainda tem mais de R$ 600 bilhões em renúncias fiscais. "Na minha opinião, esse é o maior escândalo. Nós conseguimos reverter R$ 100 bilhões e foi essa crítica toda ao governo, uma renúncia que já estava batendo em R$ 700 ou R$ 800 bilhões".

Congresso

O ministro ressalta que "o tema da desigualdade, raramente foi tocado. Estamos entre os piores dez países em termos de distribuição de renda".

"O Congresso Nacional tem, agora, uma oportunidade muito importante, de colocar o Brasil na rota da justiça social e do combate à desigualdade. Não podemos continuar sendo um dos dez piores países em termos de distribuição de renda. É muito difícil pensar em desenvolvimento com esse nível de desigualdade", disse à Agência Brasil.

Sem compensação

O avanço no Congresso Nacional do projeto de lei que isenta do IR quem ganha até R$ 5.000 mensais, sem a devida compensação pela taxação dos mais ricos, é visto como uma manobra política para forçar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a cortar gastos ou a arcar com o ônus de um veto impopular. A análise é do presidente do Sindifisco Nacional, Dão Real.