Aneel: 'gato' dá prejuízo de R$ 10 bilhões

Por Martha Imenes

Pena para furto de energia dá prisão de um a quatro anos

O furto de energia elétrica, popularmente conhecido como 'gato', deu um prejuízo de R$ 10,3 bilhões em 2024, aponta relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O furto de energia ocorre no mercado de baixa tensão, que é composto por consumidores residenciais, pequenos comércios, escritórios e pequenas indústrias. Esse furto de energia gera também um consumo sem controle da carga distribuída, explica a agência reguladora.

Inúmeros aparelhos, tecnicamente precários, estão conectados a essa carga furtada, aponta a Aneel, o que provoca danos ao sistema e prejudica o atendimento aos demais consumidores.

As concessionárias de grande porte, que têm o mercado maior do que 700 Gwh (gigawatt-hora), são as responsáveis por fazer a gestão dos níveis dessas perdas comerciais, devido à amplitude do mercado de distribuição e à complexidade de combater práticas irregulares.

Crime

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) detalha a complexidade e os desafios impostos por essa prática, considerada crime, no estudo "Furto de energia: Perdas não técnicas", que acaba de ser lançado. O material explica de que forma os custos com furtos impactam a tarifa de energia de todos os consumidores regulares.

O sistema elétrico brasileiro trata diariamente com perdas de energia. Parte dessas perdas é técnica, inerente ao transporte e transformação da eletricidade. Outra parte refere-se às originadas de ligações irregulares, fraudes e erros de medição ou faturamento, que têm crescido e atingiram 16,02% do mercado de baixa tensão em 2024.

Sobrecarga

Além do impacto financeiro na conta de energia dos consumidores, essa prática gera consumo sem controle, podendo sobrecarregar o sistema, provocar danos à infraestrutura e prejudicar a qualidade do serviço aos demais consumidores, alerta.

De acordo com a Aneel, no ano passado, as interrupções no fornecimento por roubo de energia somaram 88.870. Cada parada teve uma duração média de 8,64 horas.