A demora da Câmara dos Deputados para pautar um projeto de lei do governo federal, que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais, fez a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado correr por fora e aprovar - por unanimidade - um projeto alternativo que isenta os trabalhadores de pagar IR.
Enquadram-se na tabela aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês, similar ao que defende o governo, e propõe alíquota menor para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Como tramitou em caráter terminativo na Casa, o texto pode seguir direto para a Câmara. O PL 1.952 de 2019 foi relatado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Calheiros afirmou que a votação do projeto na CAE buscou destravar a tramitação da isenção do IR na Câmara, que estaria sendo usada, segundo o senador alagoano, como moeda de troca para aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e da anistia aos condenados por golpe de Estado que culminou no 8 de janeiro.
O senador destacou que a matéria "é de grande relevância para a correção de injustiças tributárias com as pessoas de menor renda".
O projeto relatado por Renan prevê uma compensação fiscal com aumento do tributo para quem recebe acima de R$ 600 mil por ano. O senador alagoano acrescentou que o projeto inova, em relação ao do governo, por criar um programa de regularização tributária para contribuintes com dívidas com o IR que tenham renda de até R$ 7.350.
Já no projeto da Câmara, o governo federal propôs que a cobrança de alíquota extra sobre os mais ricos compense o alívio de imposto sobre os mais pobres.
As alíquotas adicionais progressivas afetarão quem ganha mais de R$ 600 mil por ano, atingindo o patamar máximo de 10% para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão anuais.