A plataforma da Carteira de Trabalho Digital do Crédito do Trabalhador já emprestou R$ 50 bilhões para 5,4 milhões de trabalhadores em apenas seis meses de funcionamento. Mais de R$ 15,7 bilhões em contratos antigos de empréstimos consignados de convênio já foram migrados para a plataforma. Desse total, R$ 3,2 bilhões correspondem a contratos de legado renegociados com as instituições financeiras, com uma taxa de juros média de 2,65%. Os dados são de 16 de setembro, e a expectativa é que R$ 40 bilhões em contratos antigos sejam migrados até novembro.

As informações, segundo a Agência Brasil, foram divulgadas pelo secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Simões Gonçalves, durante o II Seminário Nacional de Crédito Consignado, realizado no auditório do Banco Central.

Carlos Augusto, coordenador da mesa no seminário, destacou que o programa vem avançando na oferta de crédito aos trabalhadores com carteira assinada, promovendo a inclusão de milhões de pessoas com vínculo ativo de emprego que antes estavam excluídas do mercado de crédito com garantias.

Atividade

Lucinéia Possar, diretora jurídica do Banco do Brasil, ressaltou a importância da oferta de crédito para impulsionar a atividade econômica."Isso traz expansão ao crescimento econômico", afirmou. Ela reforçou que o programa é inovador e democratizou o acesso ao crédito: "Hoje o trabalhador pode escolher o banco para realizar o consignado e definir a taxa de juros. Antes, o consignado privado funcionava por meio de um convênio que a empresa fazia com um banco."

Para Lucinéia, o programa representa "um marco para o sistema financeiro, promovendo inclusão e ampliando o acesso ao crédito, o mais atrativo entre os empréstimos pessoais".

O programa recebeu elogios de autoridades e especialistas. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Douglas Alencar Rodrigues, destacou que "o Crédito do Trabalhador está incluindo trabalhadores de baixa renda".

Lucas Freire, procurador-geral adjunto do Banco do Brasil, ressaltou que o desafio agora é expandir o crédito com segurança ao trabalhador.

Como funciona

-No aplicativo Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como CPF, tempo de empresa e margem disponível).

-Em até 24 horas, instituições financeiras enviam ofertas de crédito.

-O trabalhador escolhe a melhor proposta, com juros menores.

-As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento.

-Até 35% da renda mensal podem ser comprometidos com o empréstimo.

Portabilidade

-Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT.

-Pedir a portabilidade nos canais digitais da instituição (site ou aplicativo).

-Desde 21 de agosto, a portabilidade também pode ser pedida no aplicativo Carteira de Trabalho, com migração gradual até novembro.

-A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da nova linha.

Vagas de emprego

-O aplicativo da Carteira de Trabalho também pode ser usado para a consulta de vagas de emprego disponíveis nas agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

- Para começar clique em "maleta" ou "emprego" e atualize suas informações.

-Para ter acesso às oportunidades, acesse "vagas de emprego".

- Se tiver alguma vaga, basta selecionar e acompanhar os passos seguintes em "processos seletivos".

-O trabalhador é notificado via app quando surge vaga.

Os contratos antigos pertencem a funcionários que trabalham ou trabalhavam em empresas que tinham parcerias com bancos para oferecer empréstimos com desconto das parcelas no salário. Esse modelo será extinto em novembro.

Atualmente, o novo programa conta com 122 instituições financeiras habilitadas, das quais 64 já realizam operações.

Juros

"Enquanto a taxa de juros nos empréstimos pessoais se manteve próxima a 11% ao mês, o Crédito do Trabalhador apresenta uma taxa média de 3,42% ao mês", ressaltou o secretário de Políticas de Proteção ao Trabalhador, Carlos Augusto Simões Gonçalves.

A expectativa, no entantom era de que os juros ficassem mais baixos, em torno de 2,4%.

Problemas foram identificados no programa. Como o pagamento de empréstimos deduzido do contracheque dos trabalhadores enviado aos bancos errados. Em outros, os bancos receberam os pagamentos sem saber de quais clientes eles estavam vindo. De acordo com o governo, os problemas estão sendo resolvidos.

Dataprev

A migração das operações antigas para a plataforma Crédito do Trabalhador, disponível no aplicativo Carteira de Trabalho Digital ou na página de mesmo nome na internet, será feita pela Dataprev, estatal contratada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.