Por: Martha Imenes

Desemprego recua a 5,6%, a menor taxa desde 2012

IBGE aponta recorde de geração de empregos com carteira assinada no trimestre | Foto: Roberto Moreyra/SMTE

Nem só de crise política e escândalos vive o Brasil, alguns indicadores apontam melhora na economia - como a redução da projeção de inflação (que vem caindo semanalmente) e a queda do nível de pobreza - e na geração de emprego. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho ficou em 5,6%, a menor da série histórica iniciada em 2012. No trimestre móvel anterior, a taxa era de 5,8%.

No final de julho, o número de ocupados atingiu o recorde de 102,4 milhões. No período, o país tinha 6,118 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente desde o último trimestre de 2013 (6,1 milhões).

O trimestre foi marcado também pelo recorde no número de trabalhadores com carteira assinada, 39,1 milhões.

Com esses dados, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, manteve o percentual recorde de 58,8%.

De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, o resultado do trimestre sustenta o bom momento do mercado de trabalho.

"O mercado se mostra aquecido, resiliente, com características de um mercado em expansão. O estoque de pessoas fora da força de trabalho vem diminuindo", diz.

A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Só é considerada desocupada a pessoa que efetivamente procura uma vaga. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

O levantamento realizado pelo IBGE faz também um mapeamento das pessoas que estão fora da força de trabalho, que ficou em 65,6 milhões, estável ante o trimestre móvel anterior. A população desalentada, os que não procuraram emprego por achar que não conseguiriam vaga, recuou 11% no trimestre e alcançou 2,7 milhões de pessoas.

 

Três de dez grupos puxaram aumento

O levantamento mostra que a ocupação no período de maio a julho foi puxada por três dos dez grupamentos pesquisados:

* agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: mais 206 mil pessoas

* informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: mais 260 mil pessoas

* administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: mais 522 mil pessoas

Informalidade

A análise dos dados aponta que a taxa de informalidade chegou a 37,8%. No trimestre anterior, era 38%. A taxa de julho 2025 é a segunda menor já registrada, perdendo apenas para julho de 2020 (37,2%), quando, em plena pandemia, trabalhadores informais foram os que mais sofreram com o desemprego, sendo expulsos do mercado de trabalho, por isso a taxa ficou menor à época.

Apesar da redução da informalidade, o número de trabalhadores sem vínculo formal, ou seja, sem todas as garantias trabalhistas, ficou em 38,8 milhões, superando a do trimestre anterior (38,5 milhões). "Como teve aumento na população com emprego formal, a taxa de informalidade caiu", explica.

O analista do IBGE faz a ressalva de que esse crescimento da parcela informal não teve significância estatística.

Feira de emprego online para jovens

Nos próximos dias 23 e 24, mais de 20 empresas estarão disponíveis durante a Feira de Empregabilidade 2025 para oferecer mais de 8 mil vagas de emprego para jovens brasileiros de 18 a 29 anos.

O CIEE também participa com a oferta de mais de 4 mil vagas de estágios. As vagas disponibilizadas durante a feira, que é online, contemplam as cadeiras de aprendiz, estágio, trainee e demais posições de entrada, como analistas e assistentes.

As inscrições podem ser feitas pelo site https://aliancajovensbrasil.com.br/ das 15h às 19h. As pessoas inscritas na Feira de Empregabilidade receberão notificações por e-mail e WhatsApp nos dias que antecedem o evento.

Neste ano, um dos destaques da programação é a trilha Inspiração. No dia 23, às 15h , as pessoas inscritas poderão acompanhar uma apresentação da educadora financeira, empresária e comunicadora Nath Finanças com a palestra Caminhos trilhados para torna-me educadora e empresária no mundo das finanças. A diretora de RH da L'oréal Brasil, Anne Jacobson, também fará uma apresentação.

A programação inclui ainda orientação para os aspirantes a uma vaga de emprego ou estágio sobre como se comportar nos processos seletivos, como construir e aprimorar um perfil no LinkedIn, solução de problemas, criação de marca pessoal e como planejar os caminhos de carreira.

Segundo a vice-presidente de recursos humanos da Nestlé Brasil, Martha Uribe, a feira tem como objetivo fortalecer a juventude brasileira com capacitação e oportunidades de emprego.

"Reunir as empresas que compõem a Aliança pelos Jovens em um único evento é uma chance valiosa para quem está começando ou quer avançar no mercado de trabalho", disse.