Por: Martha Imenes

Dia do Cliente: comércio aposta em alta nas vendas

Pesquisa da plataforma Octadesk aponta que eletrônicos estão na 'lista dos desejos' | Foto: Freepik

Visto como oportunidade para impulsionar as vendas, o Dia do Cliente é comemorado hoje. Seja de forma remota ou presencial o comércio varejista movimenta a economia. Para ter bons resultados o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido da Costa Freire, dá a dica: "Bom atendimento e inovação são diferenciais para que as vendas ocorram".

Os consumidores que não têm tempo para ir às compras e aproveitar as promoções, podem optar pelas compras online, que estão em alta. Um estudo da plataforma Octadesk aponta que 88% dos consumidores optam pela compra online. Eletrônicos, moda e beleza estão entre os itens mais buscados.

As ferramentas digitais, inclusive, são essenciais para quem deseja alavancar as vendas. O Sebrae orienta que para "conquistar o cliente e fidelizá-lo no ambiente digital é preciso estar atento aos detalhes. Como por exemplo, responder rápido, ser educado, lembrar o nome do cliente, enviar uma mensagem pós-venda agradecendo".

"Essas atitudes simples fazem a diferença. Outra dica é criar um grupo ou uma lista de transmissão para mandar novidades e promoções apenas aos clientes mais fiéis. Isso aproxima e gera confiança", aponta o gestor de Mercado Digital do Sebrae, William Almeida.

Segundo ele, o e-commerce não é nenhum "bicho de sete cabeças". "Tem pessoas que pensam que precisam começar logo com um site cheio de coisas, mas, na prática, basta dar o primeiro passo. É preciso entender que vender online é só mais um canal, como a loja física, a feira ou o boca-a-boca. O digital ajuda a alcançar mais pessoas e a mostrar seu produto de forma simples. Não precisa complicar: o básico funciona muito bem", explica.

Estratégia

O faturamento no curto prazo tende a crescer na data, segundo . "Mais que aumentar as vendas, o Dia do Cliente é a hora de apostar em uma boa estratégia de marketing e relacionamento. É o momento de se aproximar do consumidor, já preparando o humor dele para a Black Friday e outras datas do fim do ano", afirma Thiago Mazeto, diretor de Commerce (Tray, Bagy e Melhor Envio) da LWSA.

Já Marcelo Navarini, diretor do Bling, avalia que planejamento e antecipação são determinantes para transformar oportunidades em lucro. "O lojista precisa se preparar para a data com cálculo de precificação, avaliando se há espaço para promoções sem perder margem", explica.

WhatsApp é a porta de entrada para o digital

O WhatsApp é uma ferramenta poderosa para os pequenos negócios e pode ser utilizado cotidianamente, não só no Dia do Cliente. "É a porta de entrada para o mercado digital. Muita venda acontece ali porque é fácil e rápido", completa William Almeida.

Ele explica que os pequenos negócios podem contar com o apoio de ferramentas de Inteligência Artificial para melhorar as publicações nas redes sociais e no WhatsApp, além de manter a atenção ao estoque e ao atendimento.

"Divulgue todo dia, nem que seja uma foto do produto, uma promoção no status e, se possível, crie uma condição especial para o Dia do Cliente, como desconto, brinde ou frete grátis. O importante é aparecer, porque o que não é visto não é lembrado", ressalta.

Resultado do comércio teve alta de 2,5% no acumulado de 12 meses

As vendas no comércio varejista tiveram alta de 2,5% no acumulado de 12 meses terminados em julho. No entanto, na passagem de junho para julho recuou 0,3%. Este resultado representa o quarto mês seguido de queda. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com os resultados conhecidos em julho, o setor se situa 9% acima do nível pré-pandemia de covid-19 (fevereiro de 2020) e 1,1% abaixo do ponto mais alto da série histórica (iniciada no ano 2000), alcançado em março de 2025.

No comércio varejista ampliado, que inclui atividades de atacado veículos, motos, partes e peças; material de construção; e produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas na comparação com julho de 2024 apresentaram queda de 2,5%.

Atividades

Das oito atividades apuradas pelo IBGE, quatro apresentaram desempenho negativo na passagem de junho para julho:

- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação: -3,1%.

- Tecidos, vestuário e calçados: -2,9%.

- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,6%.

- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,3%.

- Móveis e eletrodomésticos: 1,5%.

- Livros, jornais, revistas e papelaria: 1%.

- Combustíveis e lubrificantes: 0,7%.

- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,6%.