Por: Martha Imenes

Desde 2023, 14,1 milhões de pessoas saíram da pobreza

Anúncio foi feito pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A integração de dados do Cadastro Único (CadÚnico) com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) faz uma nova radiografia da população vulnerável no Brasil: o número de famílias em situação de pobreza caiu 25% nos últimos dois anos. Em maio de 2023, eram 26,1 milhões de domicílios nesta situação, e 19,56 milhões em julho de 2025. Isso significa que 6,55 milhões de famílias aumentaram o patamar de renda no Brasil acima de R$ 218 mensais por pessoa, no período. Se considerado o número de indivíduos, 14,17 milhões de pessoas melhoraram de vida.

Com o novo sistema, implantado em março de 2025, os dados do CNIS entraram no processo de inclusão e atualização cadastral no momento da inscrição no CadÚnico. Além disso, permite uma rotina mensal de atualização das informações de forma automática.

Com isso, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome passou a integrar ao CadÚnico a renda formal de trabalho e de benefícios previdenciários e assistenciais.

Desde 2023, o MDS integrou e atualizou as informações de renda de 33 milhões de pessoas diretamente no sistema do Cadastro Único.

Na primeira ação, 15% das famílias em situação de pobreza passaram para a faixa de baixa renda ou acima de meio salário mínimo, e 29% das de baixa renda migraram para acima de meio salário mínimo.

As famílias podem consultar as alterações que foram realizadas no cadastro por meio do aplicativo do Cadastro Único ou durante o atendimento prestado pela gestão municipal. As integrações do CadÚnico a outros registros administrativos não dispensam que a família realize a atualização a cada 24 meses.

Com o novo sistema, a integração de dados do CNIS ocorre já no processo de inclusão e atualização cadastral, que tem rotina mensal de atualização.

 

Aumento na fiscalização do cadastro

O aumento da fiscalização, com a exigência de entrevista domiciliar para o ingresso de famílias unipessoais no Bolsa Família e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) - com exceção de indígenas, quilombolas e população em situação de rua - mostra que de janeiro a julho de 2025, a proporção nacional de inclusão e atualização do CadÚnico saltou de 11,5% para 40,2%.

As famílias são identificadas no Cadastro Único em três grupos de renda mensal por pessoa: em situação de pobreza (até R$ 218); em situação de baixa renda (entre R$ 218,01 e meio salário mínimo); e com renda acima de meio salário mínimo.

A renda familiar mensal por pessoa é calculada dividindo a renda mensal total da família (soma das rendas individuais) pelo número de pessoas que compõem a família. A renda individual considera o menor valor entre a renda de trabalho do último mês e a média do valor recebido pelo trabalho nos últimos 12 meses, somada a outras rendas (como BPC, aposentadoria, pensão alimentícia e doações).

O Programa de Fortalecimento Emergencial do Atendimento do Cadastro Único no Sistema Único de Assistência Social (Procad/Suas), instituído em 2023, tem como objetivo qualificar o Cadastro Único e aprimorar a gestão da informação, promovendo maior efetividade na identificação e no acompanhamento de famílias vulnerabilizadas.

A iniciativa é voltada à atualização e/ou inclusão de cadastros em domicílio, com foco em famílias unipessoais, bem como na busca ativa de Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos (GPTE), pessoas idosas, em situação de rua, entre outros.