Pesquisa Focus vê queda na estimativa de inflação

Dados da FGV apontam desaceleração econômica no trimestre

Por Por Martha Imenes

Mensagem implícita da ata é a maior 'propensão' do BC pelo aperto monetário

Os números divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central e pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram, ao mesmo tempo, o movimento de busca da meta de inflação oficial e de reação tímida da economia no segundo trimestre. Ambos levados pelo juro alto e por incertezas em relação às tarifas impostas pelo governo estadunidense aos produtos brasileiros.

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,05% para 4,95% este ano. É a décima segunda redução seguida na estimativa, publicada no Boletim Focus, do Banco Central.

Para 2026, a projeção da inflação variou de 4,41% para 4,4%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.

Acima do teto

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

Em julho, pressionada pela conta de energia mais cara, a inflação oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fechou em 0,26%, sendo o segundo mês seguido de queda no preço dos alimentos, o que ajudou a segurar o índice. No acumulado em 12 meses, o IPCA alcançou 5,23%, acima do teto da meta de até 4,5%.

Juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O recuo da inflação e o início da desaceleração da economia fizeram o colegiado interromper o ciclo de aumento de juros na última reunião, no mês passado, após sete altas.