Monitor do PIB contraria IBC-Br e registra recuo de 0,4%

Índice da FGV vai na contramão de prévia do PIB, que subiu 0,16%

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Por Marcello Sigwalt

Na contramão do inexpressivo avanço de 0,16%, na passagem de março para abril, do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na véspera pelo Banco Central (BC), o Produto Interno Bruto (PIB) do país - medido pelo Monitor do PIB, índice do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) - apresentou recuo de 0,4%, no mesmo comparativo mensal, como reflexo de perdas acentuadas em setores-chave da economia, como agropecuária e indústria.

Para reforçar o viés negativo, houve retração do consumo e da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), referência para investimentos na economia. Ante abril de 2024, porém, o Monitor do PIB registrou crescimento de 1,6%, e de 3,1% no acumulado em 12 meses. Tomando por base o trimestre encerrado em abril de 2025, em relação a igual período do ano passado, houve alta de 2,7%.

Ao comentar tais resultados, a coordenadora do Monitor do PIB/FGV, Juliana Trece observou que "a retração da economia em abril, em comparação a março, é a primeira após cinco meses consecutivos de resultados positivos. Apesar disso, cabe ressaltar que isso ocorreu após expressivo crescimento da economia em março (1,3%), o que elevou a base de comparação. De qualquer modo, esta retração pode sinalizar maior dificuldade de sustentação do crescimento econômico observado nos primeiros meses do ano".

Sobre a expansão de 1,9% no consumo das famílias, em nota, a FGV assinalou que este, "embora tenha crescido, segue em clara trajetória de desaceleração econômica iniciada no segundo semestre de 2024. Em 2025, esse comportamento deve-se, principalmente, à perda de força no consumo de bens. Apesar de o consumo de serviços ter desacelerado bastante desde o ano passado, sua contribuição para o consumo das famílias segue relativamente estável em 2025".