Bets ilegais, a preferência nacional
Três em cada quatro brasileiros que apostaram online em 2025 utilizaram bets ilegais, aponta uma pesquisa do Instituto Locomotiva realizada entre abril e maio deste ano, com 2 mil entrevistas.
O estudo mostra ainda que 77% daqueles que apostaram em plataformas ilegais este ano concentraram a maior parte, ou a totalidade, de seus gastos com apostas no mercado ilegal — desde outubro de 2024, só podem operar no Brasil as bets autorizadas pelo governo.
A pesquisa serviu de base para um estudo econômico da consultoria LCA, que estima que entre 41% e 51% do mercado de apostas no Brasil está na ilegalidade. Apenas no trimestre entre fevereiro e abril de 2025, o mercado ilegal movimentou de R$ 6,6 bilhões a R$ 9,9 bilhões. Em um ano, esse volume pode chegar a R$ 40 bilhões, equivalente ao mercado regulado, estimado em R$ 38 bilhões.
Com uma carga tributária estimada em 27%, a evasão fiscal causada pelas plataformas ilegais pode alcançar até R$ 10,8 bilhões por ano. Em apenas três meses, a União deixou de arrecadar entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões, segundo estimativa da LCA.
Quem usa mais bets ilegais
O uso de bets ilegais é maior entre jovens de 18 a 29 anos (83%) e na região Centro-Oeste (82%). A incidência também cresce entre pessoas de menor renda e escolaridade, mais vulneráveis à ausência de mecanismos de proteção das plataformas regulamentadas, como reconhecimento facial, limites de perdas e alertas de comportamento de risco.
A pesquisa também mostra que 73% dos apostadores usaram, pelo menos, uma das marcas não autorizadas.