Em desaceleração, produção industrial sobe 0,1% em maio

Setor perde tração, como reflexo do aperto monetário pelo BC

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Por Marcello Sigwalt

Evidência de um continuado processo de desaceleração - decorrente do aperto monetário monolítico do Banco Central (BC), a título de 'segurar' a inflação, patrocinada pelo eleitoreiro (des)ajuste fiscal conduzido pelo governo petista - a produção industrial só teve 'tração' para ficar 'em cima do muro', com 'alta' de 0,1%, na passagem de março para abril deste ano, avançando em seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, divulgada, nessa quarta-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Nesse contexto, a variação mais expressiva coube ao estado de Pernambuco, que cresceu 31,3%, maior elevação da série histórica, seguida pela Região Nordeste (7,2%), Goiás (4,6%) e Bahia (0,5%).

De abril para igual mês do ano passado, porém, houve queda de 0,3% para 11 dos 18 locais pesquisados pelo instituto. Nos últimos 12 meses, todavia, houve elevação de 2,4% pelo setor secundário, em 12 das 18 localidades da pesquisa, mas as 16 restantes registraram menor dinamismo.

De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida "observa-se que a produção permanece no campo positivo, embora haja um ritmo de desaceleração em relação ao mês anterior. É o quarto mês consecutivo de crescimento, acumulando ganho de 1,5% no período, eliminando a perda dos três últimos meses de 2024". Para ele, alguns fatores explicam este comportamento, como a taxa de juros em patamares elevados, o adiamento de decisões de consumo por parte das famílias, pois essa taxa limita o fornecimento de crédito, além da aceleração da inflação, impactando os alimentos da cesta básica e a renda disponível das famílias. Pelo lado da produção, temos uma queda nos investimentos e o encarecimento do crédito, além de um cenário de incertezas no mercado doméstico e internacional, que impactam negativamente a produção industrial".