Produção industrial 'pisa no freio' no mês de abril

Indicador sobe só 0,1% mês passado, mas alta cai a 2,4% em 12 meses

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Por Marcello Sigwalt

Ao ficar próxima da estabilidade em abril (0,1%), a produção industrial brasileira, embora represente o quarto mês consecutivo de resultados positivos - alta de 1,4% no primeiro quadrimestre (1Q25) - revela 'desaceleração' de ritmo, uma vez que, considerando o acumulado em 12 meses, o avanço foi de 2,4%, abaixo de todos os comparativos anteriores - março (3,1%), fevereiro (2,6%) e janeiro (2,9%).

Também relevador da 'freada' industrial, é o comparativo com abril de 2024, que resulta em queda de 0,3%, o que interrompe uma sequência de dez meses seguidos de crescimento, conforme apontam dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgados, nessa terça-feira (3), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao comentar tal desempenho preocupante, o gerente da Pesquisa Industrial Mensal, André Macedo assinala que "frente ao patamar alcançado em dezembro do ano passado, a atividade industrial acumula expansão de 1,5%. Apesar do resultado muito próximo da estabilidade em abril de 2025, verifica-se um predomínio de taxas positivas, alcançando 3 das 4 categorias econômicas e 13 dos 25 ramos industriais pesquisados. Vale destacar que com esses resultados, a produção industrial se encontra 3,0% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, mas ainda 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011".

No balanço das grandes categorias econômicas, bens de capital (1,4%), bens intermediários (0,7%) e bens de consumo duráveis (0,4%) avançaram, enquanto bens de consumo semi e não duráveis (-1,9%) ficaram no polo oposto.

Alta mais expressiva foi das indústrias extrativas (1,0%) e bebidas (3,6%). "O setor extrativo, que acumula expansão 7,5% em três meses, foi impulsionado pela maior extração de petróleo e minério de ferro", conclui Macedo.