Agro deve liderar o avanço do PIB no primeiro trimestre

Por Marcello Sigwalt

Não é a indústria, serviços e muito menos o varejo comercial que devem impulsionar o crescimento da 'monetariamente apertada' economia nacional no primeiro trimestre do ano (1T25), o que atesta sua grande resiliência, ante o desequilíbrio fiscal 'patrocinado' pela gastança federal.

A expectativa positiva em torno do desempenho do setor primário decorre de consulta a economistas, realizada pelo site Exame, cujo diagnóstico decorre da 'surpresa' apresentado pelos dados surpreendentes, no primeiro terço de 2025.

Na avaliação de especialistas é factível esperar um crescimento mais acentuado nesse primeiro semestre (1S25), que deve conferir maior destaque ao desempenho do Agro, em pesquisa a ser divulgada nessa sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com projeções do mercado, o Agro deve registrar avanço entre 1,2% e 1,7% no 1T25 ante o anterior (4T24), que houve recuo de 0,2%. Também reforça a expectativa progressiva da economia as estimativas recentes do boletim Focus para o PIB deste ano, que passaram de 2,02%, inicialmente, para os atuais 2,14%.

Muito 'otimista' é, também, a previsão manifesta pelo relatório do banco BTG Pactual - assinado por Alvaro Frasson, Arthur Mota, Lorena Laudares e Victor Amaral - que prevê, com base em "forte crescimento na margem" de uma expansão trimestral de 1,6% e anual - mesmo trimestre de 2024 (1T24) de 3,1%. O documento acrescenta que "o PIB deve confirmar a resiliência da economia no início do ano, apoiado pelo mercado de trabalho ainda resiliente".

Na mesma direção, a avaliação do economista do banco Daycoval, Antonio Ricciardi, é de que o Brasil cresça 1,7% no 1T25 e avance 3,2%, em comparação com igual trimestre de 2024 (1T24), grande alavancada pelo agronegócio, cuja alta deve atingir 11%.