Focus mantém 'política' de reduzir IPCA a conta-gotas

Mercado voltou a baixar, (de 5,51% para 5,50%), inflação para este ano

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Por Marcello Sigwalt

A estratégia do mercado financeiro de manter, a conta-gotas, a redução da estimativa para o IPCA deste ano - de 5,51% para 5,50%, um ponto percentual acima do 'teto' da meta de inflação, de 4,5% - atesta, antes de mais nada, a ineficácia da política de aperto monetário perpetrada pela gestão petista do Banco Central (BC), agora livre das críticas do mandatário do país quanto à elevação dos juros, ao contrário do que este fazia ao antecessor no comando da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

Trata-se da quinta queda consecutiva do indicador oficial de inflação, que chama menos a atenção do que a Selic, alçada no patamar altíssimo de 14,75% ao ano, terceira maior taxa real do planeta, com viés para novas altas.

É o que se depreende do boletim Focus - consulta semanal do BC às 100 maiores instituições financeiras do país - dessa segunda-feira (19), que manteve 'estável' em 4,5% a projeção do IPCA para 2026, ano eleitoral, o mesmo ocorrendo para o ano seguinte (4%) e 2028 (3,8%).

A 'novidade' da pesquisa é o 'suspiro' no avanço do PIB (Produto Interno Bruto), que, após semanas a fio, passou de 2% para 'pífios' 2,02%. Para o próximo ano, porém, a economia se manteve imexível em 1,7%, o mesmo valendo para 2027 e 2028, em 2%, respectivamente.

'Profissão de fé' no 'imobilismo' da Selic, a 'banca' manteve a 'aposta' de que a taxa básica deverá se manter nos atuais 14,75% ao ano, ao cabo de 2025, assim como para 2026 e 2027, em 12,5% ao ano e 10,50% ao ano, respectivamente.

No que toca às contas externas, foi mantida em US$ 75 bilhões a expectativa de superávit comercial para este ano, enquanto que, para 2026, esta declinou de US$ 78,6 bilhões para US$ 78,5 bilhões. Já o ingresso de investimento estrangeiro em 2025 continuou em US$ 70 bilhões, como também para 2026.