Bancos pesam e Ibovespa cai 0,71%
Ibovespa oscila para baixo (-0,71%), ainda acumulando alta de 0,93% no mês. No ano, sobe 5,84%.
A Petrobras, que resistia até o meio da tarde, passou a operar sem direção única, mas conseguiu fechar em alta de 0,40% na ON e de 0,21% na PN. Vale ON perdeu 0,09%, limitando o ajuste no encerramento, enquanto a correção entre os grandes bancos ficou entre -0,93% (Itaú PN) e -2,00% (Banco do Brasil ON). Em paralelo, o dólar à vista fechou a sessão em alta de 0,66%, a R$ 5,7267.
Na ponta ganhadora do Ibovespa, CPFL ( 1,72%), Caixa Seguridade ( 1,06%), SLC ( 0,98%), Embraer ( 0,66%) e Suzano ( 0,64%) - com as ações da fabricante de aviões e da empresa do setor de papel e celulose sendo beneficiadas pelo avanço do dólar frente ao real, com exposição a receitas derivadas de exportações. No lado oposto, CVC (-9,31%), LWSA (-8,18%), Pão de Açúcar (-7,17%), Vamos (-5,27%) e Localiza (-4,84%) - empresas em geral sensíveis a juros e correlacionadas ao ciclo doméstico, que refletiram, hoje, o "repique de alta" na curva do DI, aponta Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, que nota "um movimento de correção natural no Ibovespa, após o início do atual movimento altista de curto prazo, na faixa dos 120 mil pontos". E destaca a boa temporada de resultados trimestrais de empresas listadas na B3, com apenas "algumas exceções".
"Dia difícil para o mercado brasileiro, de correção natural desde cedo para os ativos locais. E com a ata do Fed trazendo poucas novidades à tarde, com tendência de manutenção da pausa nos cortes de juros americanos por mais tempo conforme as falas mais recentes de autoridades do BC dos Estados Unidos", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O mercado segue atento aos sinais de inflação por lá, já que uma eventual retomada do ciclo de alta de juros americanos poderia impactar diretamente os mercados emergentes, observa Silva, da GT Capital. Tal indefinição, segundo ele, em parte explica o fluxo de capital ainda "tímido" para a Bolsa brasileira - apesar da "luz no fim do túnel", ante a chance de encerramento próximo do ciclo de alta da Selic.