UBS BB: país trilha caminho da 'estagflação', já em 2025
Previsão é de economistas do UBS BB, ao projetar crescimento de 1,3%
Por Marcello Sigwalt
O Brasil pode estar caminhando, célere, já neste ano, para o estado de estagflação, que é quando o crescimento econômico se reduz, enquanto a inflação se mantém em ascensão. Para tornar a situação, ainda mais desafiadora para a política monetária, o Banco Central (BC) teria de manter a Selic (taxa básica de juros) em patamares elevados - hoje em 13,25% ao ano.
O cenário dramático, sobretudo para o cidadão que paga suas contas em dia, foi traçado por economistas do UBS BB - umas das principais instituições financeiras do mundo - para quem o PIB tupiniquim deve crescer, não mais do 1,3% em 2025 (bem abaixo dos 2% previstos pelo mercado, anteriormente) e que os indicadores inflacionários vão se manter acima da meta, a exemplo de anos anteriores.
Ao classificar a estagflação como uma condição econômica caracterizada por 'crescimento estagnado e inflação persistente', a equipe de especialistas, liderada por Alexandre de Azara, avalia que "esse fenômeno é particularmente desafiador porque as ferramentas tradicionais de política monetária e fiscal geralmente falham em lidar simultaneamente com a pressão inflacionária e a estagnação econômica".
Prosseguindo na análise, os especialistas observam que, apesar de a economia brasileira ter 'superado as expectativas nos últimos anos', os principais indicadores apontam para uma 'desaceleração', segundo dados recentes de vendas no varejo, produção industrial, setor de serviços e emprego.
Em 2024, o crescimento decorre da injeção de R$ 100 bilhões na economia pelos precatórios, alavancando o consumo. Para este ano, esse fluxo deve despencar para R$ 50 bilhões.
Já o investimento deve cair a 0,5%, ante os 7% em 2024.
A subida dos juros reais e a instabilidade do câmbio, por sua vez, tendem a reduzir o apetite do mercado por investimentos produtivos.
